Contra a disponibilidade de cursos à distância na área da Saúde, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional manifestou repúdio contra as faculdades que oferecem formação nesses segmentos de forma não presencial.

Conselho de MS pede fim de cursos EAD na área da saúde; saiba quais são

Contra a disponibilidade de cursos à distância na área da Saúde, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional manifestou repúdio contra as faculdades que oferecem formação nesses segmentos de forma não presencial.

O EAD (Ensino Superior a Distância) tem sido uma das principais opções para estudantes que decidem fazer uma graduação. Devido a flexibilidade e preços, o candidato tem optado por essa modalidade. Conforme dados da Sagah em parceria com a Educa Insights, empresa que desenvolve pesquisas ao mercado educacional, apontou que até 2023, o EAD responderá por 51% dos estudantes matriculados em faculdades.

Entretanto, o fato de algumas faculdades disponibilizarem cursos nesses segmentos não está agradando Conselhos Profissionais da Área da Saúde. Em Mato Grosso do Sul, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional afirma que as modalidades dos cursos à distância não conseguem atender às necessidades que os exercícios dessas profissões exigem.

“As áreas de Saúde demandam contato e cuidados diários e diretos com pessoas enfermas, o que obriga à formação teórico-prática, além de grande carga de estágios curriculares, impossíveis de serem, todos, cumpridos a distância e mediados tecnologicamente”, diz trecho de nota divulgada pela assessoria de imprensa da entidade.

A reportagem apurou que, ao menos quatro faculdades oferecem cursos da área da saúde na Capital e preços são, de fato, menores do que os oferecidos em universidades ou faculdades presenciais.

Conforme a resolução 287 de 8 de outubro de 1998 do Ministério da Saúde (clique aqui), vários cursos são incluídos na área da saúde, dentre eles, os profissionais que se formam em Educação Física. Em Campo Grande, foi apurado que as faculdades que disponibilizam esse curso na grade, completamente a distância, são a Unicesumar (R$ 354 por mês) e Uninter (R$ 355) . Apenas a Anhanguera (R$ 239) e Unopar (R$ 420), o curso é semipresencial.

Dentre essas faculdades, apenas a Unopar oferece mais de um curso da área da saúde em EAD, sendo enfermagem, nutrição e fisioterapia. No entanto, cursos não estão disponíveis a alunos de Campo Grande, pois não teriam fechado turma e valores das mensalidades não foram divulgados.

Em contato com a assessoria de imprensa da Unopar, foi informado que a instituição não abre mão das disciplinas práticas e dos programas de estágios, cumprindo as exigências do MEC (Ministério da Educação) e demais órgãos reguladores. “Os polos que atuam nesta modalidade contam com laboratórios, material de apoio, tecnologia de ponta e ferramentas e instrumentos necessários para o aprendizado do aluno. As aulas práticas acontecem no laboratório do polo, possibilitando o aprendizado baseado na vivencia profissional e a interação com professores, tutores e colegas de classe”, afirmou em nota a Unopar.

Por fim, o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de MS, Carlos Alberto Eloy Tavares, que também é professor universitário, defende que os cursos que oferecem formação nesses segmentos, não deveriam existir.

“Os cursos de graduação dos profissionais da saúde exigem o desenvolvimento de habilidades técnicas, mas também, e acima de tudo, de qualidades humanísticas e biopsicossociais, como a empatia e o cuidado com o outro, o que demanda aprendizado presencial, que se dá pela observação da postura profissional dos professores e a troca de experiências entre pares, por longos períodos”, destacou Carlos Alberto.