Atualmente militar faz serviço administrativo, mas pode recorrer da sentença.

Condenado, PM que agrediu mulher na delegacia pode voltar às ruas em MS

Mesmo após ser condenado a 1 ano, 5 meses e 10 dias de detenção o policial militar André Luiz Leonel Andrea, acusado de agredir uma mulher que estava algemada em uma delegacia na cidade de Bonito, a 300 quilômetros de Campo Grande, pode voltar as ruas.

Segundo o tenente-coronel Guilherme da assessoria de comunicação da PMMS, o militar está cumprindo expediente administrativo, na guarda e escolta, mas a qualquer momento se necessário pode voltar as ruas, há que a pena é inferior a 2 anos possibilitando-o de cumprir em regime aberto.

A sentença de André Luiz teve decisão no dia 13 deste mês, pela Auditoria Militar, e segundo o tenente-coronel é passível de recurso pelo militar condenado, que soma contra ele outras 4 denúncias por crimes militares, todos cometidos por algum tipo de agressão. 

Imagens da agressão a mulher circularam nas redes sociais. Ela aparece no vídeo algemada, de pé, na frente do comandante, quando ele a empurra. Ela cai na cadeira, batendo as costas e tenta se defender com os pés. Então, ele revida com chute e uma sequência de socos.

Um outro policial se aproxima, mas fica apenas observando a cena até que uma PM mulher entra e o contém. Na sala estão outros dois homens que ficam alheios. Um que estava sentado só levanta após o PM ser contido.

B.O

Conforme o registro policial, a mulher teria se envolvido em uma confusão em restaurante em Bonito. Consta que ela chegou ao local antes do estabelecimento abrir e que pediu que a servissem. Porém, o dono teria dito a ela que o restaurante iria abrir dentro de 15 minutos. Assim ela teria se irritado e iniciado a confusão, conforme registrado no boletim de ocorrência. O dono do restaurante disse que a mulher estava alterada e com a filha no colo, dizendo que ela era autista e precisaria ser servida naquele momento.

Os PMs relatam no B.O que no momento em que estavam atendendo a ocorrência, tentaram conversar com a mulher. “Novamente ela veio com agressividade dizendo que iria surrar a [nome da proprietária do restaurante] e avançou contra a guarnição, neste instante tivemos que usar da força para contê-la”.

Os PMs responsáveis por lavrar o boletim de ocorrência não citam as agressões cometidas pelo policial, limitando-se a dizer que a mulher foi levada para dentro do quartel para ela “ficar em um local mais arejado, porém tal procedimento tornou-se inzequível (sic), pois a autora começou novamente a proferir palavras de calão contra a guarnição, desacatando e depreciando a autoridade policial”.

Porém, nas imagens é possível ver que as agressões partem do policial, pois a mulher já estava contida pelas algemas.