Homem se recusou a vestir roupas e foi levado nu na viatura; ele também ameaçou policiais afirmando ser sobrinho de juiz.

Comerciante se passa por policial e ameaça travesti com armas de brinquedo
Pistola de airsoft e revólver de brinquedo encontrados com comerciante douradense. / Foto: Adilson Domingos

Diretor de loja do comércio varejista aprontou a maior confusão em um motel de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, após cheirar cocaína e ameaçar uma travesti de 21 anos por ela se negar a fazer o papel de ativa na relação sexual.

Usando duas armas falsas – um revólver de brinquedo uma pistola de jogar airsoft – o homem de 39 anos afirmou que era policial civil, se negou a vestir as roupas quando policiais militares chegaram ao motel e teve de ser levado nu na viatura. No trajeto, ameaçou os policiais afirmando ser sobrinho de juiz de direito e que o tio iria “tirar a farda” dos PMs.

O caso ocorreu na madrugada de ontem (1º) quando funcionários do motel localizado na Vila Industrial chamaram a Polícia Militar após a mulher que estava em um dos quartos gritar por socorro por ser ameaçada de morte pelo companheiro.

Quando os policiais chegaram, encontraram a travesti de nome social Amanda. Ela relatou que fazia ponto por volta de 20h quando o homem a contratou por R$ 500 para o programa sexual. Amanda disse que o homem se apresentou como policial civil de Campo Grande e que estava de licença em Dourados.

Amanda relatou aos policiais que após a primeira parte do programa, o comerciante cheirou cocaína e exigiu que a travesti fosse ativa na relação. Como ela se recusou, o homem a ameaçou de morte com as duas armas.

Os policiais entraram pela garagem, mas o comerciante se recusou a abrir a porta. Mesmo diante da PM, ele sustentou a história de que era policial civil. Os policiais arrombaram a porta e encontraram o homem nu, gritando ser agente da Polícia Civil.

“Sou policial, vocês não podem entrar assim. Vou denunciar vocês no Judiciário, vocês estão infringindo o artigo 152 do Código Civil”, gritava o comerciante. O artigo citado trata de coação grave.

Conforme o boletim de ocorrência, os PMs tiveram de usar de força para algemar o comerciante e colocá-lo na viatura, já que ele se negava a sair do quarto. Além de ameaças verbais, o homem chegou a empurrar os policiais para não ser levado para a delegacia.

Durante o percurso do motel até a delegacia, o comerciante continuou a ameaçar os policiais. No compartimento de presos da viatura, totalmente sem roupa, ele disse que seu tio “o juiz César”, iria arrancar a farda dos PMs.

A ocorrência foi registrada na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) por ameaça, falsidade ideológica, resistência e desacato. Entretanto, o comerciante foi ouvido e liberado.