Recomendação é para manter corpo hidratado e evitar queimadas.

Com tempo seco, clima de MS se assemelha a do deserto do Saara

Com baixas temperaturas, longo período de estiagem e índices de umidade do ar abaixo dos 10% em alguns municípios, o predomínio do tempo seco em Mato Grosso do Sul tem deixado o clima semelhante a regiões do deserto do Saara, de acordo com a meteorologia. Levantamento do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) mostra que, na última segunda-feira (19), Costa Rica e Cassilândia tiveram umidade relativa de 7% e 8%, respectivamente.

Já em Campo Grande os níveis de umidade relativa do ar foram de 16% na segunda (19), 13% na terça-feira (20) e 9% na última quarta-feira (21), sendo esta última considerada a tarde mais seca do ano na capital de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a coordenadora do Cemtec, Valesca Fernandes, a perspectiva é de continuidade desses valores baixos para os próximos dias. “A tendência ainda é de umidade em valores críticos, entre 20-30%, porém um pouco melhores do que tem sido observado nos últimos dias. Pelo menos até o dia 26 de julho, poderemos observar estes valores críticos, principalmente na região leste do estado. Entre os dias 26 e 28 de julho, os modelos meteorológicos indicam a aproximação de uma frente fria que pode influenciar no clima em Mato Grosso do Sul”, explica a doutora em meteorologia.

As condições de tempo para esta quinta-feira (22), em Mato Grosso do Sul, são de tempo firme em todas as regiões. Uma massa de ar seco segue predominando e impedindo a formação de nuvens. O sol brilha forte durante todo o período, e, embora o dia comece com temperaturas amenas, ao longo do dia as temperaturas terão rápida elevação.

Conforme estimativa do Cemtec, o Estado pode ter regiões com temperaturas mínimas de 10°C durante a madrugada, e as máximas podem chegar aos 35°C na região pantaneira. Em Campo Grande, o sol predomina e as temperaturas podem variar entre 13°C e 29°C ao longo do dia.

Alertas

Os níveis de umidade continuam acendendo dois alertas importantes: o da saúde e também dos riscos de queimadas urbanas e de incêndios florestais. As principais recomendações de especialistas para aliviar o desconforto do tempo seco são ingerir bastante líquido, umidificar os ambientes e evitar exposição direta ao sol e a prática de atividade física nas horas mais quentes e secas do dia.

No quesito queimadas urbanas, o tenente-coronel da PMA (Polícia Militar Ambiental), Edmilson Queiroz, lembra que o Governo do Estado em parceria com diversas instituições têm desenvolvido ações preventivas e faz alertas importantes para este período de estiagem.

"A gente orienta as pessoas a não fazerem o uso do fogo. Não há autorização agora nesse período, o Estado antecipou a proibição por 180 dias. Normalmente iniciava em 1° de agosto e se estendia até outubro no Pantanal, e setembro em outras áreas, foi antecipado e já está proibido qualquer tipo de queima controlada, mesmo quem tinha autorização anterior não pode mais efetuar qualquer incêndio. A população tem denunciado muito, depois da operação Prolepse, que significa justamente prevenção”.

Além disso, destaca os prejuízos ambientais, financeiros e à saúde devido à fumaça nos perímetros urbanos. “Uma responsabilização administrativa tem uma multa que pode variar de R$ 1 mil por hectare e um terreno baldio que pode chegar a R$ 5 mil. Bem como uma pena criminal se for um incêndio em mata ou floresta, que pode chegar a 4 anos de reclusão, com prisão em flagrante inclusive, e a pessoa ainda ter que reparar o dano na instância civil, o dano ambiental. E além disso, na própria instância civil, se for interpelada terá que reparar danos a outras propriedades”, explica.

A fiscalização das queimadas no Estado é realizada pela Polícia Militar Ambiental em parceria com as prefeituras municipais.