Mato Grosso do Sul é o 8º maior produtor de tilápia do país e tem estreita relação comercial com os Estados Unidos
A partir desta quarta-feira (06), indústrias de Mato Grosso do Sul que exportam filé de tilápia para os Estados Unidos passam a ser obrigadas a pagar taxa de 50% sobre os produtos, caso queiram continuar a relação comercial. O setor classifica a situação como devastadora e não descarta demissões.
Acontece que o setor de piscicultura de Mato Grosso do Sul é muito dependente dos Estados Unidos. Para se ter ideia, 30% da produção de filé de tilápia da Bello Alimentos, em Itaporã, é enviada para o país norte-americano. A relação era tão estreita, que o peixe viajava de avião e chegada ainda fresco por lá.
Mas com a taxação imposta pelo presidente Donald Trump a situação passa a ser inviável para os empresários. Em nota, a Bello Alimentos fala que a “medida representa um duro golpe para o setor aquícola nacional e ameaça diretamente a sustentabilidade das operações”.
“Essa situação gera um excedente de produção que impacta não somente a empresa, mas toda a rede de integrados, fornecedores e parceiros, que dependem diretamente da continuidade do fluxo de vendas para manter suas atividades”, diz a nota da empresa enviada ao Jornal Midiamax.
As consequências incluem excedente de tilápias e prejuízos aos integrados, comprometimento de empregos e quebra da competitividade brasileira. Dessa forma, se mantida por período longo, os impactos ao setor e aos empregos é inevitável.
Tilápias (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)
Faturamento de 5 milhões de dólares
No primeiro semestre de 2025, Mato Grosso do Sul faturou 4,9 milhões de dólares com a venda de tilápia aos Estados Unidos, que somou mil kg enviados ao país. Na prática, 90% da produção vai para lá, e o setor deve ser um dos grandes impactados com a taxação de 50% imposta pelo presidente Donald Trump.
Mato Grosso do Sul é o 8º maior produtor de tilápia do país, mas o 3° estado que mais exporta filé do pescado para os Estados Unidos. O peixe é enviado fresco e de avião, garantindo a qualidade do filé entregue ao principal parceiro comercial da piscicultura brasileira.
Presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, relatou preocupação ao Jornal Midiamax, principalmente por não haver outro país com condições comerciais para suprir essa demanda hoje consumida pelos Estados Unidos. Com isso, as consequências podem ser gigantes ao setor.
“A tilápia é o principal pescado exportado do Brasil e tem importância significativa, sendo os EUA o principal destino de filé fresco de tilápia. A consequência é o aumento do produto no mercado interno, queda no preço e impacto para as empresas”, afirma Francisco.
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