Com diferença de R$ 0,30, consumidores priorizam proximidade ao abastecer

A pesquisa de preços na hora de abastecer é uma forte aliada para motoristas que pretendem economizar. Em questão de poucas quadras, o preço, especialmente da gasolina, chega a custar quase R$ 0,30 a mais, no litro de combustível. Considerando que a média de capacidade de carros populares é de 50 litros, a cada abastecida, por exemplo, seria possível economizar R$ 15.

Em geral, os postos de combustíveis costumam trabalhar com valores de venda semelhantes e cabe ao consumidor se valer dos benefícios da livre concorrência. A equipe do Jornal Midiamax percorreu as ruas da Capital nesta segunda-feira (8) e o que percebeu é que, para o consumidor, mais importante que o preço é a localização e a qualidade do serviço prestado.

A dona de casa Dolores Zarzi, por exemplo, disse que sequer olha o valor que paga para abastecer. “Na verdade, nunca me atentei a valores. Costumo sempre abastecer em dois postos, mas sempre me baseei na questão da confiança. Preciso de gasolina para andar então vou nesses postos, que já fazem parte do meu trajeto”, explicou. Ela cita que sempre abastece no Posto Aliança e Posto Kátia, ambos localizados na Avenida Mato Grosso e com gasolina vendida a R$ 3,39.

O valor mais baixo foi encontrado no posto de gasolina Santa Conceição, bem no centro da cidade, onde a gasolina está sendo vendida a R$ 3,25. Já o mais caro, R$ 3,49, estava a poucas quadras dali, Posto Master, esquina da rua Calógeras com Avenida Fernando Correa do Costa.

Funcionário publico, Ricardo, cujo sobrenome preferiu não citar, garantiu que o que leva em consideração na hora de abastecer é a qualidade do produto. “O barato muitas vezes sai bem mais caro. Já abasteci em postos por aí e tive que gastar com manutenção do carro logo em seguida. Vou onde confio, nem que pague mais caro por isso”, disse. A opinião era a mesma de Adilson, comerciante que acompanhava o servidor.

O engenheiro civil Ricardo Fernandes, acredita que o aumento de impostos é o grande vilão do últimos tempos, e diz que tenta economizar como pode, mas acaba confessando que a gasolina não entra na lista de produtos que tenta desconto. “No fim, sempre no posto que tiver no caminho mesmo”.

No posto de combustível Mediterrâneo, região da feira central, a gasolina estava sendo vendida a R$ 3,32. Segundo funcionários administrativos, que não quiseram se identificar, o último aumento dos impostos ainda não foi repassado para as bombas e a gerência do local luta para manter preço atual. Já para o etanol, vendido a R$ 2,79, o acréscimo deve ocorrer em questão de dias, garantem.

De acordo com o representante do Sinpospetro (SinSindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo), Wilson Aquino, a diferença no valor de venda nas bombas esta mais ligada à capacidade de negociação dos postos com as distribuidoras. “Tem postos de bairro que vendem a preço bem menor que no centro, por exemplo. Depende muito da administração, da busca de melhores preços”, explicou.

O valor médio de venda da gasolina em Campo Grande para o consumidor é de R$ 3,41. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o melhor preço encontrado é de R$ 3,25 e o mais caro de R$ 3,52. Já os postos adquirem o combustível por valores que variam de R$ 3,00 a R$ 3,19.

Os postos também adquirem o etanol por valores entre R$ 2,43 e R$ 2,66 e repassam o combustível com valor de venda entre R$ 2,63 e R$ 2,99. O diesel pode ser encontrado pelo consumidor entre R$ 3,04 e R$ 3,29.

Visando economia, o taxista Arildo Pereira adquiriu um carro adaptado ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), há cerca de 3 anos. Ele garante que conseguiu economia de 60% com o investimento. “Já comprei o carro com abastecimento a gás de fábrica. A gasolina está impagável, então foi esta a solução que encontrei”, disse. Na Capital, o botijão de 13 quilos de GLP é vendido ao consumidor entre R$ 59 e R$68.