Vereadores do PDT, PMN, PSB, PTB e PP estão discutindo a troca de legendas.

Cinco partidos podem perder representação na Câmara
Vereador Carlão foi convidado por três partidos. / Foto: Izaias Medeiros / Câmara Municipal

Como não terá mais coligação nas proporcionais a partir de 2020 (chapa de vereadores), cinco partidos poderão desaparecer na Câmara Municipal de Campo Grande. Os vereadores dos pequenos partidos estão sendo assediados pelos grandes para montagem de chapa competitiva nas eleições do próximo ano. O PSDB, DEM e PSD estão articulando a filiação dos representantes dos chamados “nanicos”. 

Eles vão aproveitar a insatisfação dos integrantes da bancada do PP - Valdir Gomes, Dharleng Campos e Cazuza - com o presidente regional do partido, ex-prefeito de Capital Alcides Bernal, para filiação. Eles ameaçam deixar o partido se Bernal não for substituído. Esse mês está prevista reunião com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), para pedirem a “cabeça” de Bernal sob pena de debandada geral na bancada.

O presidente municipal do PSDB, vereador João César Mattogrosso, já convidou os vereadores do PP para ingressarem ao ninho tucano. Valdir é o mais propenso a cair fora do PP. O vereador William Maksoud (PMN) disse ter recebido convite do DEM, do PSD e PSL para filiação. Ele admitiu ainda a sondagem do PSDB. “Estamos aguardando”, comentou. “Temos bons convites”, ressaltou Maksoud. Mas antes de tomar decisão sobre mudança, o vereador disse aguardar como ficará o seu partido para as próximas eleições. 

O vereador Otávio Trad (PTB) admitiu a hipótese de trocar de partido para concorrer a reeleição. Ele disse que o seu caminho é seguir o projeto político do prefeito Marcos Trad, o seu tio. Mas Otávio deseja deixar o PTB depois de “conversar abertamente” com a direção. “Da mesma forma que entrei pela porta da frente, eu quero sair”, afirmou. “Não quero arrumar briga com o partido”, enfatizou.

A tendência, segundo ele, é se filiar ao PSD ou em outros partidos aliados do prefeito. “Lógico que a prioridade será o PSD ou partidos que estarão no mesmo contexto político”, explicou.

O vereador Ademir Santana (PDT) disse que terá de analisar a situação do partido para as próximas eleições, porque a partir de 2020 será chapa pura. Ele afirmou acompanhar o deputado estadual Jamilson Name. “Sou do grupo de Jamilson e aonde ele for, eu vou estar junto”, comentou. Santana disse que o deputado está insatisfeito com o presidente regional do PDT, deputado federal Dagoberto Nogueira, e vai esperar o desfecho das conversas das lideranças maiores para definir o seu futuro junto com o seu grupo. “Vou esperar a janela e não posso tomar posição antes, porque sou do grupo de Jamilson. Estou nesse grupo há 25 anos”.

O vereador Carlão (PSB) é outro assediado pelo PSDB, DEM e PSD. “Eu estou no grupo do prefeito e temos de ver se vamos manter no PSB ou sair”, afirmou. Carlão está analisando ainda o risco de entrar num partido lotado de vereadores. “Partido muito inchado, terá uma chapa apertada”, observou. “Não podemos colocar 10 lideranças em um partido só e uma em um só. Temos de formar grupos, temos que fazer a matemática também”, afirmou.

O vereador Veterinário Francisco (PSB), também, está sendo sondado para trocar de partido.

Se todos citados forem sair, a Câmara Municipal ficará sem menos cinco partidos. Hoje, o plenário é composto por 15 partidos - PDT, PT, PSDB, DEM, PRB, PP, PSD, PSB, Solidariedade, PROS, Rede, MDB, PTB, Avante e PMN.