Obras do primeiro ano são previstas em 10 cidades, confira quais

CCR terá que investir R$ 500 milhões na BR-163 já no 1º ano após leilão
Obras do primeiro ano são previstas em 10 cidades, confira quais / Foto: (Divulgação, CCR-MS)

A CCR MSVia, braço da Motiva no Estado, deverá investir mais de R$ 500 milhões na BR-163 em Mato Grosso do Sul no primeiro ano após a vitória do leilão. Em maio a empresa venceu e se manteve como concessionária da rodovia, que corta o Estado de Norte a Sul.

Do valor, R$ 143 milhões serão para recuperação de pavimento da estrada. No total, a previsão é de R$ 9,5 bilhões em investimentos ao longo da continuidade da concessão.

Há mais de um mês vitoriosa, a concessionária faz movimentação técnica. Ou seja, os impactos do leilão ainda não estão visíveis aos usuários da rodovia.

“As ordens de serviços para mobilização incluem: a contratação de fornecedores, equipes técnicas e operacionais, licenciamentos, além da organização de recursos logísticos que irão atuar ao longo da rodovia”, esclareceu a empresa.

Conforme a CCR, a fase garante que “a execução física das obras ocorra com eficiência e segurança a partir de julho, mesmo antes da assinatura do termo aditivo, previsto para o mês de agosto”.

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Obras no primeiro ano
Ademais, os investimentos do primeiro ano serão em 9 cidades e um distrito. Há previsão de intervenções em Mundo Novo, Itaquiraí, Naviraí, Campo Grande, distrito Anhanduí, Jaraguari, Bandeirantes, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Coxim.

Os trechos da BR-163 nos municípios podem receber duplicações, faixas adicionais, novos acessos, retornos, marginais e a implantação de um PPD (Ponto de Parada de Descanso).

Ademais, a concessionária informou que começou em maio a restauração do pavimento e sinalização horizontal no anel viário de Campo Grande, entre os kms 468 e 484 da rodovia.

Histórico de concessão da CCR
O Midiamax publicou série de reportagens de dados que mostram os índices de acidentes na rodovia, de concessão da CCR em MS. São 18 ocorrências a cada km da estrada, e os trechos urbanos concentram os incidentes, expondo problemáticas da BR-163.

A CCR é investigada pelo MPF (Ministério Público Federal) por supostas irregularidades na concessão inicial. A empresa é a atual responsável pela concessão bilionária, que deixou mais de 80% da rodovia sem duplicações e soma 18 acidentes a cada quilômetro nos últimos anos.

Instaurado pelo MPF por portaria de 5 de maio, o inquérito apura “supostos indícios de possível irregularidade, em tese, concernente à execução do contrato de concessão firmado em 2014 para a exploração da BR-163/MS, pela CCR MSVia”. Além disso, investiga a “proposta de repactuação da concessão federal, mormente tendo em conta a não realização das obras de duplicação da rodovia, previstas no instrumento”.

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BR-163 não possui nenhum trecho considerado ótimo em pesquisa da CNT. (Helder Carvalho, Midiamax, Reprodução, CNT)
Duplicações
A BR-163 em MS, segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), está em bom estado. Contudo, possui trechos regulares perto da divisa com o Paraná. Ademais, vale pontuar que a pesquisa não considera nenhum dos pontos da rodovia como ótimo na classificação.

Mais de 80% da estrada não é duplicada no Estado. Ao longo dos 11 anos de concessão, a CCR MSVia duplicou 150,4 km dos 845,9 km de extensão da rodovia; ou seja, a concessionária entregou duplicação em apenas 17% da rodovia.

Além disso, vale pontuar que as duplicações pararam em 2018. Foram 86,3 km duplicados em 2015, outros 13,5 km em 2016, mais 38,8 km em 2017 e outros 11,6 km em 2018.

Percebe-se que a maior entrega de duplicação aconteceu logo em 2015, quando a concessionária buscava regularização para início das operações comerciais. Isso porque tinha obrigação da entrega de 10% do total de duplicações previstas no Programa de Exploração da Rodovia.

Então, acelerou a duplicação dos 86,3 quilômetros entregues em janeiro de 2015. Em setembro daquele mesmo ano, começou a cobrar pedágio aos condutores que passavam por MS.

Desde então, a CCR MSVia iniciou obras de duplicação e as mantêm paralisadas no Estado. Os dados são do último relatório mensal da concessionária, disponibilizado pela ANTT em abril de 2025.