O emedebista disse que esse acontecimento “traz uma situação de fragilidade para o processo eleitoral”.

Cauteloso, Marun sugere que eleições sejam adiadas após operação da PF
Ministro Carlos Marun durante visita a obra no anel rodoviário em Campo Grande. / Foto: Marcos Ermínio

Mesmo com adversários políticos sendo alvos da Operação Vostok, o ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, Carlos Marun (MDB), adotou discurso cauteloso sobre as ações da Polícia Federal que atingiram a cúpula do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB).

O emedebista disse que esse acontecimento “traz uma situação de fragilidade para o processo eleitoral”. Diante disso, sugeriu que o pleito de outubro deveria ser adiado no Estado.

“Se pudesse, a eleição em Mato Grosso do Sul deveria ser adiada, mas não vejo espaço legal para isso. Mas dentro da racionalidade, sim”, disparou Marun, durante agenda pública em Campo Grande, nesta sexta-feira (14).

Além disso, lembrou do correligionário André Puccinelli. O ex-candidato a governador desistiu da corrida eleitoral após ser preso por decisão da Justiça decorrente das investigações da Lama Asfáltica.

“Nós tivemos um ex-governador que liderava as pesquisas afastado do pleito por muito menos que isso”, disparou “Isso deve ser levado em consideração para as decisões que devemos tomar”.

O ministro também afirmou ter “uma certa contrariedade para ações policiais feitas às vésperas das eleições”. “Por que não foi feito há dois ou três meses atrás”, indagou.

Alvo de inquéritos

Recentemente, o próprio Marun se viu alvo de três inquéritos sobre suposta participação em fraudes no Ministério do Trabalho. A investigação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.

O articulador político do presidente Michel Temer (MDB) será investigado por suspeita de associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Ele foi citado em depoimento prestado por um dos delatores que alimentam as investigações da Operação Registro Espúrio, que trata das irregularidades no Ministério do Trabalho.

Segundo esse delator, uma secretária de Marun (que também será investigada) repassou pedido do político para facilitar o registro de três sindicatos no Mato Grosso do Sul.

O ministro nega as acusações e qualquer envolvimento em irregularidades.

Operação Vostok

A Polícia Federal divulgou que aproximadamente 220 policiais federais cumprem 41 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária, no âmbito da Operação Vostok, em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes de Laguna, e no município de Trairão, no Estado do Pará.

Além destes, também foram cumpridos outros três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Estadual do Mato Grosso do Sul, pedidos pelo MP-MS (Ministério Público Estadual), de ações, que segundo a PF, têm o mesmo objeto ligado aos fatos investigados em âmbito federal.