Um alerta dos médicos: cada vez mais mulheres estão morrendo de infarto no Brasil. Os números são da Sociedade de Cardiologia. O número de infartos em mulheres empatou com o número de infartos em homens.
O motivo é a vida estressante, a jornada dupla e, às vezes, tripla. Se virar para cuidar da casa, ser eficiente no trabalho, ser atenciosa com a família. É muita coisa. Um outro problema é a dificuldade de se fazer o diagnóstico em mulheres, os sintomas não são necessariamente aqueles conhecidos, como dor no peito ou no braço.
Aos 38 anos de idade, há exatamente um mês, a funcionária pública Eva Moreira infartou. “Eu tinha uma artéria entupida, uma com 75% entupida e uma com 60%. Jamais eu pensei que fosse ter um infarto agora”, conta.
Eva é o retrato de muitas mulheres. Tinha uma vida com estresse, dupla jornada no trabalho e em casa, sem exercício físico e má alimentação. Tudo que leva ao ataque cardíaco. No caso dela, havia mais esses fatores: diabetes, hipertensão e colesterol alto.
O risco aumentou para as mais jovens. E sempre existiu para as que têm mais de 50 anos e já entraram na menopausa. Elas têm um complicador.
“Porque você não tem mais o estrogênio que é um hormônio protetor. Então se você tem uma menopausa precoce ou depois que você entra na menopausa você perde essa proteção”, explica a cardiologista Rosana Costa Oliveira.
Hoje, no Brasil, 42% das pessoas que infartam e morrem são mulheres. Quase empatadas com os homens. Há 50 anos, só 10% tinham diagnóstico de infarto.
A campanha agora é para que mulheres e médicos fiquem alertas. O infarto nelas pode não vir com os sintomas conhecidos: aquela dor no peito e formigamento no braço. O médico explica que elas costumam confundir com mal estar, dor muscular, ou problemas de respiração.
“As mulheres por terem sintomas menos característicos, menos típicos em relação aos homens, elas costumam demorar mais tempo para serem diagnosticadas”, diz Luciano Jussani Vacanti, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Por via das dúvidas, se os sintomas forem muitos, a orientação é procurar um cardiologista. Ele deve fazer um exame no coração e de sangue. A demora no atendimento pode levar à morte. Mas para não chegar a esse ponto, a receita é se prevenir como a Eva que está voltando a fazer exercícios e buscando uma vida mais leve.
“A gente vai deixando, vai achando que só cuidar da família, só cuidar de casa, só ter responsabilidade no trabalho é tudo, e aí a gente esquece da gente, quando vê já aconteceu”, diz Eva Moreira.
E segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o Brasil registra, em média, 300 mil infartos por ano. Oitenta mil deles são fatais.
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