Cara pintada, óculos e chapéus: veja a moda da torcida no Parque Olímpico
Americano se vestiu dos pés à cabeça com a bandeira de seu país no Parque Olímpico / Foto: Cristina Boeckel/G1

O colorido que dá o tom na moda do Parque Olímpico da Rio 2016 é o das bandeiras. E o que não falta no principal palco das competições da Rio 2016 são torcedores de todas as nacionalidades enrolados com cores de seus países – e, claro, com a dos seus times de futebol.

Nos três primeiros dias de funcionamento do Parque Olímpico, o verde e o amarelo do Brasil foram predominantes entre as mais de 400 mil pessoas que foram assistir às disputas por medalhas. Vale usar perucas, chapéus, óculos e até pintar o rosto para reforçar a torcida e caprichar no visual.

O americano Nolan McIntosh chamou a atenção nesta segunda-feira (8) no Parque Olímpico,vestido dos pés à cabeça com a bandeira dos Estados Unidos. "Essa foi a maneira que eu encontrei para apoiar o meu país e todos os atletas dos Estados Unidos", disse o estudante ao G1.

Já a bióloga Ivone Bakker apostou nas fitinhas coloridas no cabelo. “Queria colocar o verde e amarelo para representar o Brasil. A produção das fitinhas deu uns belos 15 minutos. Vale a pena se arrumar para vir pra cá, compensa se produzir um pouquinho", disse.

No meio do parque, um grupo de quatro amigos paulistas se destacava por indumentárias nada discretas. “Já fomos parados várias vezes, os estrangeiros querem tirar foto, perguntam o que a gente fez pra montar todo figurino”, contou a professora Suelen Monteiro.

“É o sucesso da balada”, disse o empresário Leandro de Souza, fazendo referência ao seu enorme chapéu. “A gente fica pulando pra ver que horas vão filmar a gente.”

A biomédica Ingrid Pingueli reciclou diversos objetos da Copa do Mundo de 2014. “Na Copa, eu saí até em jornal sueco. Moro perto do Alzirão [rua na Tijuca, Zona Norte do Rio, conhecida pelas festas em dias de jogo do Brasil], aí o fotógrafo me viu da janela de casa e fez o registro. Eu guardei a bandeira, a blusa, já tinha tudo. Aqui nesse parque uns russos já pediram para tirar foto comigo."

Esitilistas dão dicas
"Para torcer vale roupas confortáveis, astral, alegria e educação. Todos devem ter a liberdade para usar o que quiser afinal a diversidade da Olimpíada é fato, somente não se deve esquecer o respeito e o espírito competitivo. A atitude na Olimpíada é mais importante do que regras de vestimenta”, disse a estilista Adriana Barra ao G1.

Para o estilista Ronaldo Fraga, o clima é de carnaval e quase vale tudo. “É uma impressão do humor, do desencanado. Neste tipo de evento pelo mundo a gente sempre vê um brasileiro lá no meio fazendo e acontecendo. Mas dessa vez, como é aqui mesmo, parece que é todo mundo. Tem amigos de fora que me ligaram para comentar, dizendo que é legal o estilo que essa juventude está imprimindo", afirmou.

Para ele, a Rio 2016 pode deixar um legado também na moda e no estilo dos brasileiros: "Acho que no dia a dia o carioca e o brasileiro estão ficando muito caretas para se vestirem. Em eventos como a Olimpíada o pessoal vai se soltando e pode ser que isso fique depois. Que as pessoas se apropriem dessa jovialidade, desse carisma, mesmo após os jogos. Espero que tenha esse legado. É uma forma de reforçar uma marca cultural que é nossa, e que por motivos variados a gente acaba negando e deixando de lado”.

O personal stylist Aderbal Freire lembra que o conforto em eventos esportivos sempre deve estar em primeiro lugar. “Tem que pensar no conforto e tem como estar alinhado ao look cool e atual. Uma tendência para homem e mulher é a moda dos sneakers, dos tênis. É moderno e superconfortável. É bom também usar roupas que não sejam muito justas. Tem gente que vai em mais de um jogo, então é melhor estar com algo mais largo. Se a pessoa quer ficar mais caricata, vale tudo. Se quiser pode usar óculos com lentes espelhadas nas cores de algum país. Tem toda cor de lente. Você fica estiloso, atual, mas sem ficar caricato.”

Vale (quase) tudo
Reforçar a torcida é importante, mas há restrições até para se fantasiar: bandeiras apenas sem haste e nada de cornetas, capacetes ou equipamentos esportivos. O voluntário Marcelo Santos explicou que os objetos retidos acabam sendo descartados. “No primeiro dia, eu trouxe uma pasta de dente e virou lixo. Um homem que entrou junto comigo trouxe uma bola e também não deixaram entrar”, contou.

Nesta segunda-feira (8), o G1 flagrou um torcedor com um bastão de selfie dentro do Parque Olímpico. O acessório não é permitido dentro do complexo esportivo. Segundo a assessoria de imprensa da Rio 2016, o público não é autorizado a entrar com bastão de selfie, mas o homem da foto poderia ser um dos jornalistas credenciados, que têm permissão para a utilização do acessório. Na imagem, no entanto, o homem não está com o crachá obrigatório para a imprensa credenciada.

Veja abaixo a lista de proibições:

- Substâncias explosivas;
- Artefatos pirotécnicos como sinalizadores e bombas de fumaça;
- Detonadores elétricos e cápsulas de detonadores;- Qualquer tipo de fogos de artifício;
- Qualquer dispositivo ou mecanismo suspeito que possa ser usado para ativar explosivos remotamente;
- Armas de fogo;
- Munição ou pólvora;
- Armas de brinquedo;
- Pistolas de ar;
- Drogas ilícitas;
- Produtos químicos e venenosos;
- Qualquer recipiente que contenha gás;
- Líquidos inflamáveis;
- Facas, tesouras, punhais, espadas, canivetes, lâminas de barbear;
- Brocas, serras, arpões, flechas, machados, facas de cozinha, chaves de fenda, agulhas;
- Martelos e alicates;
- Remos, tacos, bastões e equipamentos similares
- Qualquer objeto perfurante
- Qualquer item que possa ser utilizado para realização de protestos na instalação, como cordas, algemas, faixas e cartazes de protesto;
- Ponteiros de laser, luzes estroboscópicas ou outros dispositivos emissores de luz;
- Itens que criam ruído excessivo, podendo interferir na condução e no acompanhamento das competições, como megafones, cornetas, instrumentos musicais e apitos;
- Dispositivos que emitem sinais de rádio ou internet, como rádios comunicadores, dispositivos sem fio, roteadores, radiorreceptores e interceptadores;
- Bicicletas, patins, skates, bolas, raquetes ou outros equipamentos esportivos;
- Qualquer item de tamanho excessivo que possa interferir na condução do evento;
- Animais (com exceção de cães-guia);
- Capacetes;
- Bastão de selfie;
- Líquidos e bebidas, alcoólicas ou não;
- Quaisquer equipamentos eletrônicos que tragam risco ao evento, conforme avaliação da Segurança;
- Itens de cunho político, religioso ou outros temas que possam ser utilizados para causar ofensa ou incitar discórdia;
- Itens que possam ser utilizados para marketing de emboscada;
- Bandeira de países que não estejam participando da Olimpíada ou bandeiras que contenham mensagens ou símbolos de caráter comercial;
- Equipamentos profissionais de TV, filmagem ou fotografia;
- Recipientes ou objetos de vidro;

A exceção no caso das armas de fogo são os policiais e oficiais militares devidamente credenciados para a instalação específica na qual eles estarão trabalhando.
No caso dos líquidos inflamáveis, a exceção aos os isqueiros para uso pessoal e cilindros de oxigênio requeridos por necessidade médica, com receita contendo CRM do médico que o emitiu.

As regras não valem para acessórios usados para locomoção de pessoas com mobilidade reduzida como deficientes ou idosos, como bengalas, muletas e cadeiras de rodas.

Alguns itens têm circulação restrita dentro das áreas de competição, como alimentos não-perecíveis para consumo pessoal, na embalagem original e lacrada. Recipientes de vidro não são permitidos. Alimentos e bebidas para pessoas com necessidades médicas devem estar acompanhadas da receita contendo CRM do médico emissor.

Produtos de higiene e cuidados pessoas, como repelentes e protetores solares têm entrada limite em cinco embalagens originais e com volume limite de 200 ml. Embalagens de vidro não são permitidas.

Com previsão de chuva fina, apenas os guarda-chuvas de tamanho pequeno, dobráveis, sem indicação de marca e que não tenham extremidades pontiagudas. As garrafas só podem entrar se forem de plástico, estiverem vazias e sem indicação de marca.

A entrada de cadeiras de golfe só será permitida no Campo Olímpico de golfe.

Colaborou Braulio Lorentz e Rodrigo Ortega