Lama nos rios de Bonito, queimadas no Pantanal e destruição do cerrado são preocupantes; por isso, os concorrentes responderam o que pensam a respeito.

Candidatos respondem como preservar o meio ambiente e caminhar com o agronegócio
Incêndios de 2020 no Pantanal viraram notícia internacional. / Foto: Chico Ribeiro/ Governo MS

Preservar os biomas de Mato Grosso do Sul e evitar problemas como lamas nos rios de Bonito, queimadas no Pantanal, e degradação ambiental são uma das preocupações da população. Em um Estado em que o agronegócio é forte, e que o meio ambiente não pode ser deixado de lado, os candidatos ao Governo de Mato Grosso do Sul afirmam que vão garantir a convergência entre os dois. 

Em mais uma matéria da série de entrevistas do TopMídiaNews, a pergunta foi: "Meio Ambiente faz parte da vida das pessoas. Como pretende alinhar a preservação, conscientização e importância dos biomas do Estado, e a questão da expansão do agronegócio? É possível ter sinergia ou haverá zoneamento de territórios? Qual estratégia?"

Entre as respostas, alguns dos candidatos citaram a educação ambiental nas escolas como primordial, o zoneamento ecológico, preservação de áreas existentes, uso de novas tecnologias e recuperação do que está degradado. Alguns dos candidatos defendem que não haja expansão de áreas para o agronegócio e se preocupam com problemas climáticos futuros. 

Adonis Marcos (PSOL), por exemplo, citou o fortalecimento da agricultura familiar. 

Eduardo Riedel do PSDB, informou que, nos últimos anos, tem implementado políticas de desenvolvimento sustentável, especialmente no que se refere a descarbonização.

Veja a resposta de cada candidato na íntegra:

Rose Modesto - União Brasil

Hoje o produtor já entende a importância de se trabalhar a produção aliada à preservação. Então esse será o nosso mote. Hoje já existem às ZEEs, que são os zoneamentos ecológicos-econômicos, e o que vamos fazer é fomentar uma maior aproximação da produção com a preservação, para que ambos caminhem juntos e um não afete o outro.

A integração lavoura-pecuária está aí para provar que isso dá certo e tem resultados satisfatórios. Além disso, com a tecnologia que temos, Mato Grosso do Sul não precisa de um metro a mais de pastagem nova para ampliar sua produção. A recuperação do que está degradado já abre um leque de oportunidades imenso.

Mato Grosso do Sul tem um estoque ambiental fantástico e possui três biomas fortes. Por outro lado, o agro é uma atividade enraizada conosco por natureza. As duas têm de caminhar bem, e o começo disso é a conscientização dessa caminhada com educação ambiental.

Pode ser na escola ou fora dela, tudo precisa ter um início, e ser pensado lá de trás integrando todas as frentes. No meio ambiente a educação também tem esse papel de preservação, levando informação a escolas e também a outras frentes da sociedade civil.


Adonis Marcos - federação Psol/Rede

Estamos vendo as graves consequências, mundo afora, da falta de responsabilidade com o nosso meio ambiente. Catástrofes climáticas em todas as partes do mundo e nós, sul-mato-grossenses, estamos sendo muito afetados também, especialmente com os incêndios no Pantanal. 

Então, não é mais possível não levar em conta a questão ambiental quando se fala em expansão do agronegócio. Ao invés de abrirmos novas frentes de exploração da terra, pretendemos fortalecer a agricultura familiar, que produz alimentos com o mínimo de impacto ambiental.

Pretendemos, sim, preservar áreas e garantir que a exploração desmedida fique bem longe delas. Entendemos que o agronegócio já tem força e territórios suficientes, que são capazes de se manter com o que conquistaram até agora, chegou o momento de voltarmos nossos olhos e esforços para quem precisa de auxílio, sempre pensando no futuro das nossas gerações.


André Puccinelli - MDB

O Mato Grosso do Sul é um Estado ecológico. A Serra da Bodoquena e o Pantanal já justificam essa afirmativa. As várzeas do Ivinhema, o cerrado brasileiro e as porções de Mata Atlântica que se registram fortalecem essa vocação ambientalista e reforçam a necessidade de gestão ambiental moderna, compartilhada e transparente. 

Temos o Pantanal, um Patrimônio da Humanidade que deve ser preservado, permitindo-se tão somente a exploração da pecuária extensiva, sem substituição das pastagens nativas e a exploração turística, sem degradação do meio ambiente.

A educação ambiental deve começar nas escolas, onde nossas crianças aprenderão sobre preservação ambiental. Temos, por exemplo, que ensinar que queimadas devem ser controladas para evitar acidentes, para não matar os animais e destruir nossas matas. 

Vamos também buscar parcerias para criar condições de funcionamento dos parques estaduais ambientais - Nascentes do Taquari, Várzeas do Ivinhema, do Pantanal do Rio Negro, das Nações Indígenas, da Serra de Sonora, Matas do Segredo e o Parque Nacional da Serra da Bodoquena para que possam ser objeto de pesquisas e de visitações monitoradas, por turistas e pela comunidade.

Marquinhos Trad - PSD

Vivemos no Estado do Pantanal, um Patrimônio Natural da Humanidade e preservar nosso patrimônio é questão vital para o mundo. Defendemos a inovação para garantir desenvolvimento, mas também a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais.

Defendemos parcerias com os produtores e com a EMBRAPA para desenvolver tecnologia capaz de aumentar a produtividade sem necessidade de desmatamento. A pecuária pantaneira também pode inovar e o governo deve agregar valor à carne produzida sustentavelmente. 

O manejo sustentável e o aumento de produtividade, conduzidos por inovação e tecnologia, serão de grande ajuda para resolvermos os problemas, assegurando desenvolvimento e preservação ambiental. 

Vamos estruturar e investir na gestão ambiental com planejamento regionalizado. Isso será possível com o fortalecimento das unidades regionais com equipe e tecnologia ambiental para atuação na conservação e preservação dos biomas em cada região. 
 

Eduardo Riedel - PSDB

Nosso Estado tem sido um exemplo da aliança entre meio ambiente e desenvolvimento. Nos últimos anos implementamos políticas de desenvolvimento sustentável, especialmente no que se refere a descarbonização. Para isso, promovemos a cooperação para o financiamento, incentivos, desoneração, capacitação, desenvolvimento, transferência e difusão de tecnologias e de processos. Ampliaremos estas políticas nos próximos anos.

Entre os projetos que capitaneei e que pretendendo aprofundar estão a produção de carne orgânica sustentável, integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF), programa de recuperação de solos e mananciais, crédito para FCO Verde, geração de energia limpa por meio de biogás na suinocultura, energia solar e de biomassa de cana e madeira. São programas que tem como objetivo nos colocar na dianteira da corrida pela certificação de Carbono Neutro até 2030, e que tem atraído a atenção de governos e empresas dentro e fora do país.

Apesar de considerar uma meta ‘ousada’, acredito que Mato Grosso do Sul será um exemplo para o Brasil e para o mundo, e que estamos no caminho para sermos certificados internacionalmente como um território Carbono Neutro, implementando e respeitando três eixos de políticas ambientais, a preservação da biodiversidade, proteção dos mananciais de águas e o balanço do carbono.

Estas são políticas que unem preservação e desenvolvimento, e que colocam o Mato Grosso do Sul em uma posição de destaque para investidores que, cada vez mais, percebem a importância de aliar estas duas pontas em prol de um futuro sustentável e rentável. 
 
Os candidatos Magno Souza (Psol) e Giselle Marques (PT) não enviaram as respostas.