João Alfredo visitou o Dourados News na manhã desta quarta-feira (19) durante agenda em Dourados.

Candidato do PSOL ao governo diz que pretende encarar o crime organizado com tecnologia
João Alfredo Daniezi é o candidato ao Governo de MS pelo PSOL. / Foto: Vinicios Araújo

O advogado João Alfredo Daniesi (PSOL), candidato ao Governo do Estado nas eleições deste ano, disse ao Dourados News durante entrevista nesta manhã que pretende encarar o crime organizado e o tráfico de drogas com tecnologia aplicada. O psolista cumpre agenda no município nesta quarta-feira (19).

“Vamos enfrentar isso por meio da polícia de inteligência, com um departamento específico de controle e combate ao narcotráfico e contrabando de armas. É preciso desenvolver essa ação tecnológica dentro das corporações e olha que nós temos policiais altamente capacitados para isso”, disse.

João Alfredo avalia que a utilização de equipamentos como: drones, monitoramento via satélite, ‘raio-x’ em rodovias e aplicativos para smartphones pode potencializar a atuação de combate ao tráfico de drogas.

Mato Grosso do Sul é considerado um corredor para distribuição de entorpecente e armas no País por conta das suas fronteira com Paraguai e Bolívia.

“O que nós queremos fazer independe da União. Tem que parar com o jogo de empurra e ter vontade política para resolver o problema. Nós precisamos fazer uma ação integrada com os 13 municípios diretamente fronteiriços e envolver desde o guarda do quarteirão até a própria comunidade, passando pela Polícia Militar, passando pelo DOF (Departamento de Operações da Fronteira), passando pela Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e as Forças Armadas” disse, citando alguns órgãos de competência da União.

“Isso não significa colocar um policial a cada 100 metros. Nós queremos usar a tecnologia, fotos via satélites, drones, smartphones e criar aplicativos que não comprometam os usuários das denúncias, que contribuem tanto para a atuação da polícia”, completou.

EDUCAÇÃO

Na educação pública, Daniezi fala em valorização dos professores e dos servidores administrativos. Para isso, o candidato compara Mato Grosso do Sul ao estado do Maranhão, onde o piso salarial para carga de 40 horas do magistério alcançou os R$ 5.750, o maior do Brasil.

“Lá se paga R$5750, aqui R$ 3.493”, disse. Porém, uma pesquisa do Portal Nova Escola mostrou que a diferença para Mato Grosso do Sul, segundo estado no ranking, não é tão diferente. O levantamento atestou que por aqui é pago R$ 5.390,22 para os professores que atuam no mesmo período.

No ensino superior o candidato disse que a proposta do plano de governo pretende ampliar as cotas universitárias da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). A intenção, segundo ele, é garantir a continuidade do aluno de escola pública na formação acadêmica pública.

“É só assim que vamos acabar com essa desigualdade. É um contrasenso, quem estuda em escola pública não tem acesso ao superior gratuito. Isso é um absurdo. Nós vamos ampliar as cotas já existentes e mais ainda a cota para alunos oriundos da escola pública. Essas cotas tem que existir temporariamente, dentro de 30, 40 anos igualou aí começa do zero todo mundo”, avalia.

GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA

João Alfredo valoriza o sistema de incentivos fiscais para atração de empresa, porém, considera que o método deva ser mais transparente à população. Ele também falou de oportunidade de emprego para o jovem, por meio de conscientização das empresas e ocupação de, segundo ele, mais de 10 mil vagas para aprendizagem disponíveis no mercado sul-mato-grossense.

“São políticas que precisam ser conhecidas pela população e ter vontade política de fazer isso”, disse. O candidato citou também a capacidade do estado de ter mais três fábricas de celulose. Atualmente MS possui duas empresas, instaladas na cidade de Três Lagoas.

QUESTÕES FUNDIÁRIAS

Na hora de falar sobre questões fundiárias, relacionadas à relação da comunidade indígena com os produtores rurais de Mato Grosso do Sul, João Alfredo disse priorizar a constituição.

“Precisa ter vontade política de chamar o produtor rural e falar do interesse em demarcações e o custo disso e fazer o trabalho político junto à União para indenizar. Nós somos contra a invasão de terras, mas nós também não podemos permitir que o grande produtor rural passe por cima do índio”, afirmou.

O partido de João Alfredo tem como candidata à vice-presidência a índia Sônia Guajajara ao lado de Guilherme Boulos como indicado ao Executivo nacional.

E por fim, o postulante ao Governo de MS ressaltou que, apesar do partido militar ideologias de esquerda, ele se considera integrante de uma “esquerda racional”.

“A esquerda se perdeu quando decidiu se aliançar ao Centrão. A partir daí desandou. Eu me considero parte de um grupo racional, que luta pelo direito de igualdade e bem-estar social”, concluiu.