Vereadores opinam sobre possível nomeação de deputado federal do PSOL para pasta que articula políticas sociais no Governo Lula
A possível nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agradou a base petista na Câmara de Vereadores de Campo Grande. Contudo, opositores do PL destacam duras críticas à medida ainda tratada com cautela nos bastidores do Palácio do Planalto.
A informação sobre a nomeação foi divulgada pela Folha de S. Paulo na semana passada. O Jornal Midiamax confirmou com dirigentes do PT, que afirmam que há “um movimento forte pra isso, o governo vem construindo”.
Lula (PT) comunicou a decisão antes de embarcar para os Estados Unidos na semana passada, onde participou de encontro na Assembleia Geral da ONU. Boulos substituirá Márcio Macêdo (PT) na pasta responsável pela interlocução com os movimentos sociais.
Para vereadores do PT, a escolha é estratégica e benéfica. O vereador Landmark Ferreira classificou Boulos como um nome “preparado e que tem sensibilidade, com capacidade incrível de mobilização”.
“Boulos tem capacidade incrível de mobilização e conhece os problemas da periferia e dos grandes centros. Aqui não só vai melhorar para a população indígena, mas para as favelas também”, disse ao Jornal Midiamax.
Jean Ferreira avalia que a ida de Boulos para o ministério aproximará o governo federal dos movimentos sociais e ajudará no avanço de pautas de esquerda em todo o país.
“A taxação dos super ricos, fim da escala 6×1, isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil. Alguns movimentos que o presidente Lula vai fazer nos próximos meses. É justamente para amarrar as pontas para, quem sabe, garantir a reeleição dele no primeiro turno”, disse Jean.
Na mesma linha, a vereadora Luiza Ribeiro afirmou que, caso a decisão se efetive, para a claque petista será “uma alegria”.
“Qualquer lugar que Boulos estiver, ele tem capacidade e compromisso para ajudar as pessoas que precisam. Se a decisão se efetivar, para nós é uma alegria. Tomara que esteja em um lugar de articulação política e das políticas estruturantes, para as pessoas mais pobres tenham seus direitos protegidos”, disse Luiza.
Oposição
Na contramão, a bancada do PL critica a escolha. O vereador André Salineiro declarou que “na política, às vezes a situação está ruim, mas sempre pode piorar”. Para ele, a possível nomeação de Boulos, caso se concretize, deve representar esse cenário. Ele considera que o deputado não tem “noção de gestão” para ocupar cargo no Poder Executivo.
O vereador Rafael Tavares afirmou que Lula “combina bem com o Boulos, em corrupção e desgoverno”, e descreveu o deputado federal do PSOL como um “invasor de terras”.
“É alguém que sempre esteve ao lado da esquerda e o PT não tem parceiros. Vários partidos que desembarcaram do governo Lula, que está indo por água abaixo, agora só vai achar apoio em partidos de extrema esquerda. E o Lula combina combina bem com o Boulos, em corrupção e desgoverno”, disse Tavares.
Segundo a apuração da Folha, a nomeação de Boulos faz parte de uma estratégia de Lula para consolidar sua base de esquerda para as eleições de 2026 e, para o deputado, representa uma oportunidade de retomar sua ascensão política após a derrota na disputa pela prefeitura de São Paulo.
Mato Grosso do Sul possui densidade indígena e quilombola significativa, público alvo da militância petista, entretanto o Estado é palco de derrotas consecutivas da esquerda que não supera os índices de voto de candidatos da direita a caminho do Palácio do Planalto.
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