Professor diz que foi ao local realizar perícia e que consta em seu cadastro que ele depende de cadeira de rodas.

Cadeirante precisa subir escada de prédio do INSS sentado porque elevador estava com defeito
Cadeirante sobe escada de agência do INSS se arrastando nos degraus

O professor Jorge Crim, de 62 anos, que é cadeirante, passou pela humilhação de precisar subir a escada da agência do INSS da Av. Marechal Floriano, no Centro do Rio, nesta quarta-feira (10), sentado. O elevador do prédio não estava funcionando e o professor, que foi ao local fazer uma perícia, precisou ser submetido a essa situação.

Assim que chegou no local, Crim foi avisado que o elevador não estava funcionado e que teria que usar as escadas. Por ser cadeirante, ele perguntou se não tinha outra solução e ouviu dos atendentes que o jeito seria remarcar a consulta.

Só que, há seis meses atrás, ele esteve na mesma agência, com hora marcada, e o elevador também estava quebrado. Nesta quarta-feira ele disse que não tinha mais tempo a perder e precisava fazer a perícia.

“Eu moro em Santa Cruz, é longe. Gasto muito dinheiro para chegar ao Centro do Rio. Não podia perder mais um dia de trabalho e mais dinheiro".

O jeito foi então subir as dezenas de degraus do prédio do INSS sentado. O motorista do carro que levou o professor até o local ajudou colocando folhas de jornal no chão para que ele sentasse enquanto subia as escadas.

Foram mais de 10 minutos para ele conseguir chegar no topo de escada.

Enquanto isso, nenhum atendente do INSS aparece nas imagens para auxiliar.

Jorge contou que um segurança até ofereceu ajuda, mas queria carregá-lo pelas escadas na cadeira de rodas.

“Eu peso mais de 100 quilos, como ele ia me carregar? Seria um risco ainda maior de acidente, para mim e para ele".

Depois de ser atendido, o professor voltou para casa muito cansado e cheio de dores. "Ainda tenho aula para dar, preciso disso para sobreviver. Mas estou todo dolorido, é um absurdo.", afirmou.

E a reclamação do Jorge vai além. Ele diz que no cadastro do INSS consta que ele é cadeirante. “Como eles sabem que a pessoa tem problema de acessibilidade e não falam que o elevador está ruim? Eu não posso ficar remarcando essa perícia. Será que existe um INSS que atenda apenas pessoas com dificuldade de acesso? Não temos nenhuma resposta sobre isso, ninguém fala nada", questionou.

Nesta quarta-feira, por telefone, a assessoria disse que o elevador já estava funcionando, mas não disse desde quando ele estava quebrado.

Segundo o gerente executivo do INSS Caio Figueiredo, o elevador de fato vem apresentando problemas, mas servidores reagendaram perícia do senhor Jorge para outra agência nesta quinta (11).

“A perícia médica prestada nas agências do INSS, é realizada pelos peritos federais que não são da nossa ingerência. Então a gente não tem acesso a forma de agendamento. Eles utilizam as unidades do INSS, mas eles próprios gerem, inclusive a agenda de perícia”, alegou o executivo.