Após banho e tosa, cachorro foi entregue a tutores com sinais de cansaço e alta temperatura corporal. Tutor acusa negligência, empresa nega.

Cachorro morre "torrado" horas após banho em pet shop, diz dono
/ Foto: Reprodução

Um cachorro da raça Spitz Alemão morreu horas após passar por um banho e tosa em um pet shop em Praia Grande, no litoral de São Paulo, no dia 22 de março. O caso, que é investigado pelo 2° Distrito Policial (DP) da cidade, só foi revelado nesta semana pelo tutor do animal.

Nas redes sociais, Jefferson Alexandre Marchioli disse que Eros, de três anos, foi praticamente “torrado”, pois apresentava temperatura corporal de 42,8ºC antes de falecer.

O que aconteceu

 
De acordo com o relato do tutor, Eros passou por um banho e tosa no pet shop PetAnjo, dentro de uma unidade Cobasi, localizada na Avenida Ayrton Senna da Silva, em Sítio do Campo.

Segundo Jefferson, a empresa “não ofereceu apoio, empatia ou até mesmo um pedido de desculpas”. A Cobasi nega.

O tutor relatou que Eros foi entregue “à beira da morte”, com a temperatura corporal próxima dos 43ºC. Ele passou por um atendimento veterinário de emergência, quando passou a sangrar pela boca — um possível reflexo do estresse e da dor que sofreu, segundo a profissional responsável pelo socorro.

“Enquanto buscávamos desesperadamente toalhas na área do banho para estancar o sangramento, o tosador responsável, que havia causado tudo isso, permaneceu frio, alheio, continuando a trabalhar nos outros animais como se nada tivesse acontecido. Sem demonstrar empatia. Sem demonstrar qualquer sentimento”, afirmou Jefferson.

Os tutores de Eros receberam a recomendação de levar o cachorro a outra clínica veterinária para uma avaliação completa. Lá, o animal faleceu.

Dor da perda

Em seu relato, Jefferson destacou a dor de perder o animal de estimação. Segundo ele, Eros era saudável, e também “um furacão de amor, alegria e leveza”. A morte do cão, para os tutores, foi “brutal”.

“Lutamos por sua vida, mas ele não resistiu. E com ele, parte da nossa também se foi”, disse Jefferson. “Deixou para trás uma família despedaçada, que o amava profundamente, e seus irmãos cãopanheiros, Rebeca e Apollo, que ainda o procuram pela casa”, continuou o tutor.

Segundo o homem, “o silêncio e a indiferença da empresa responsável” tornam a situação ainda mais dolorosa.

O que diz a Cobasi

Em nota, a Cobasi afirmou que está acompanhando as investigações sobre a morte de Eros, e que lamenta o ocorrido. Conforme a empresa, o cachorro passou por banho e tosa na franquia da PetAnjo, com o acompanhamento da tutora da sala de espera. Após o procedimento, foi constatado que o animal estava ofegante e com sinais de cansaço.

Imediatamente, segundo a nota, a médica veterinária presente na franquia, com a ciência da tutora, fez o atendimento ao cachorro com aplicação de medicação, recomendando que o animal fosse levado imediatamente para uma avaliação completa em outra clínica.

“A veterinária da PetAnjo acompanhou o animal e sua tutora até a clínica, onde foi prestado o devido atendimento. No dia seguinte, a Cobasi foi informada sobre o óbito de Eros após a internação e início do tratamento”, disse a empresa, que afirmou ter contatado os tutores diversas vezes após a morte do animal, por diferentes meios de comunicação.

“A empresa segue à disposição para cooperar com as investigações e prestar os esclarecimentos necessários” afirmou a Cobasi.