Bronca na véspera, beijo na estreia: Jade se rende à elétrica Flavinha
Equipe do Brasil de ginástica / Foto: Getty Images

Na noite anterior à estreia, Flavinha corria de um lado para o outro entre os quartos na Vila Olímpica. Ia de porta em porta, tentando controlar a ansiedade para o dia seguinte. Uma das mais experientes da equipe brasileira, Jade Barbosa não aguentou.

- Para, pelo amor de Deus! Eu não sei o que vou fazer com você. Vou te prender na cama! – gritou, tentando fazer com que a jovem ginasta, de 16 anos, parasse quieta.

O nervosismo antes da estreia foi superado. Neste domingo, na terceira subdivisão da classificatória feminina, Flavia Saraiva brilhou diante de um público animado na Arena Rio. Com 15,133 pontos, fez a terceira melhor nota da trave. Ao final, até Jade, vejam só, reconheceu: abraçou a amiga e deu um beijo que ficou marcado em sua bochecha ao deixar o complexo da ginástica na Rio 2016. A energia, Flavinha diz, faz parte do jogo.

- Eu sempre sou assim, muito agitada. Não importa se tem competição ou não.

Jade concorda. Mas não tem problema. A energia de Flavinha é um dos ingredientes da boa química entre as ginastas da equipe brasileira.

- Ela parece uma pilha. Você não faz ideia. Mas viramos uma família mesmo. Passamos muita coisa juntas. Moramos juntas, sofremos juntas. Conhecemos cada uma. É muito bom.

Jade trata a ansiedade com naturalidade. A ginasta elogiou a segurança das estreantes Flavinha e Rebeca Andrade, outro destaque brasileiro neste domingo.

- Foi muito boa a mistura dessa equipe. Nós tivemos meninas mais velhas, experientes, e meninas mais novas. Realmente, é a equipe do sonho que a gente esperava. Lembra o que falei no evento-teste, que foi a primeira vez que competimos como equipe? Que sempre alguém estava machucada? Estar com todo mundo hoje não tem preço. Treinamos muito para estarmos aqui hoje. Competimos muito bem. Flávia e Rebeca aguentaram. Primeira Olimpíada, é muito difícil. Ainda mais aqui dentro - avalia Jade Barbosa.

Em sua primeira experiência olímpica, Flavinha saiu satisfeita. Apesar de alguns erros, como a queda nas barras, mostrou esperança em busca de uma medalha na trave, na próxima quinta-feira.

- Foi uma emoção muito grande, porque foi minha primeira Olimpíada e no meu país. Eu não fiquei muito nervosa, porque estava muito bem treinada. Estava concentrada. Deu tudo certo. Eu não quero colocar muita expectativa na trave. Estou tentando fazer o meu melhor. Se eu conseguir uma medalha vai ser uma alegria muito grande - diz a jovem atleta.