Flávio Dornaldo de Moraes foi preso hoje numa mata em Capitán Bado, cidade vizinha de Coronel Sapucaia.

Brasileiro acusado de liderar assalto milionário é preso na fronteira com MS
Flávio Moraes cercado por policiais em mata onde estava escondido. / Foto: Direto das Ruas

Apontado como líder do assalto milionário contra doleiros paraguaios na madrugada do dia 5 deste mês em Ciudad Del Este, o brasileiro Flávio Dornaldo de Moraes, o “Gordinho', foi preso nesta quinta-feira (15) na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul.

Flávio foi localizado por homens da Polícia Nacional em uma mata nos arredores de Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Coronel Sapucaia (MS). Desarmado, ele estava sozinho e não apresentou resistência. Pelo menos 20 milhões de dólares foram levados pelos bandidos do cofre subterrâneo existente na sede da associação dos cambistas.

A polícia paraguaia acredita que o roubo foi planejado e executado por facções brasileiras. Para chegar ao cofre, a quadrilha trabalhou durante um ano escavando um túnel na área central de Ciudad Del Este, interligada a Foz do Iguaçu (PR) pela Ponte da Amizade.

O roubo foi descoberto na manhã do dia 5, quando os primeiros cambistas chegaram ao local para trabalhar. Pelo menos 25 bolsas com dinheiro foram retiradas do cofre. As caixas onde estava o dinheiro e até barras de ouro ficaram vazias. Dos 148 integrantes da associação, apenas dois registraram denúncia na polícia.

Investigadores paraguaios afirmam que a maioria dos doleiros trabalha de forma clandestina, trocando dólares, reais e guaranis nos arredores de Ciudad Del Este, inclusive dinheiro do contrabando e do tráfico de drogas. A movimentação financeira não é declarada.

O prédio usado para escavar o túnel, no centro da cidade paraguaia, foi alugado no final de 2022. No local, os bandidos montaram uma loja de fachada. Durante o dia, o imóvel era usado para venda de camisetas esportivas. À noite, recebia os trabalhadores que escavaram o túnel de 180 metros. Para chegar à sede dos cambistas, o buraco passou por baixo de uma agência bancária.

Inicialmente, a principal suspeita da Polícia Nacional era de participação do PCC (Primeiro Comando da Capital). Entretanto, a prisão de Flávio de Moraes em Capitán Bado indica que o roubo pode ter sido organizado pelo Comando Vermelho. A linha internacional entre Bado e Coronel Sapucaia é dominada pela facção carioca.