Brasil passa fácil por Honduras, garante medalha e fica perto de ouro inédito
Neymar e Gabriel Jesus comemoram um dos gols da vitória do Brasil sobre Honduras por 6 a 0 nesta quarta-feira, no Maracanã. / Foto: EFE/Javier Etxezarreta

A seleção brasileira masculina de futebol se colocou a uma vitória do inédito e sonhado ouro olímpico ao atropelar Honduras com uma goleada por 6 a 0 nesta quarta-feira no Maracanã e se classificar para a final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

A contribuição do futebol para o Time Brasil no quadro de medalhas já está garantida, mas ainda falta um triunfo para que a equipe enfim comemore o título dos Jogos. O adversário da decisão, marcada para o próximo sábado, no mesmo palco, será Nigéria ou Alemanha, que se enfrentam ainda hoje.

A molecada comandada por Rogério Micale começou a construir o placar ainda no primeiro tempo, sem sustos, com gols de Neymar, que fez 1 a 0, e Gabriel Jesus, que na sequência deixou sua marca duas vezes.

Na etapa final, Marquinhos, Luan e novamente Neymar fizeram um cada e completaram o placar elástico, de seis de diferença, agora a favor, ao contrário do que aconteceu há dois anos no Mineirão diante justamente dos alemães na Copa do Mundo.

Até hoje, a seleção brasileira tem cinco medalhas olímpicas, três de prata (1984, 1988 e 2012) e duas de bronze (1996 e 2008). Já Honduras, que em Londres também foi eliminado pelo Brasil, tenta subir ao pódio pela primeira vez.

Micale teve todo o elenco à disposição e repetiu o que chama de "caos organizado", com quatro atacantes. Em Honduras, o grande nome não foi um atleta, e sim o técnico Jorge Luis Pinto, responsável por levar a Costa Rica às quartas de final do último Mundial.

Qualquer projeto hondurenho de montar uma retranca e complicar o Brasil como fizeram África do Sul e Iraque na fase de grupos foi por água abaixo em apenas 14 segundos, tempo necessário para Neymar marcar o gol mais rápido da história dos Jogos Olímpicos. Palacios se complicou e deu um chutão em cima do craque, que partiu livre, dividiu com o goleiro López e, caído, viu a bola entrar.

O gol deu tirou qualque possível nervosismo dos donos da casa, que tiveram tranquilidade para demonstrar seu melhor futebol. Aos nove minutos, Neymar enfiou entre os zagueiros e encontrou Luan, que tentou driblar o arqueiro hondurenho, mas não teve sucesso. Seis minutos depois, foi o atacante do Grêmio quem serviu, e Gabriel Jesus foi travado.

Como aconteceu contra a Colômbia, nas quartas, o jogo foi ficando mais pegado. Desta vez, porém, o Brasil respondeu na bola e marcou o segundo, aos 25. Gabigol passou para Luan, que tocou nas costas da zaga e achou Gabriel Jesus. O reforço do Manchester City chutou com categoria na saída do goleiro e aumentou a vantagem.

O jogo era todo da equipe anfitriã, que esteve perto do terceiro aos 32. Neymar lançou, a defesa afastou mal, e Gabigol pegou a sobra, mas encobriu o travessão.

Logo na sequência, aos 34, a finalização foi mais caprichada, e o o placar passou a ser de 3 a 0. Neymar esticou por baixo, Gabriel Jesus mais uma vez ficou cara a cara com López e desta vez esfutou a rede com um chute forte no alto.

Honduras quase não via a cor da camisa do goleiro Weverton, e as poucas jogadas de ataque eram rechaçadas pela até agora impenetrável defesa brasileira. Foi o que aconteceu aos 39, quando Pereira levantou e a zaga cortou antes da chegada de Lozano.

Assim como no primeiro tempo, o Brasil marcou um gol logo no começo da segunda etapa. Aos cinco minutos, Neymar cobrou escanteio da esquerda, Marquinhos recebeu livre no miolo e se enrolou no domínio, mas conseguiu consertar e arrematar no canto esquerdo alto.

A equipe centro-americana fazia o que podia para se mostrar viva no confronto, mas o sistema defensivo brasileiro segurava. Aos 11, em mais um chuveirinho, Weverton ia soltando, mas se recuperou e sofreu falta.

A torcida então respondeu à investida dos hondurenhos mostrando que já pensava na final. O grito era o de "Alemanha, pode esperar, a sua hora vai chegar", mesmo com a possibilidade de que a Nigéria se classifique.

O Brasil diminuiu um pouco o ritmo, mas Neymar incomodou duas vezes em sequência em cobranças de falta, ambas no canto esquerdo baixo. Na primeira, aos 17 minutos, López caiu e espalmou; na segunda, aos 29, a bola foi na rede, mas pelo lado de fora, enganando parte do público, que vibrou como se o gol tivesse saído.

"Enganados", os torcedores puderam comemorar "de verdade" aos 33. Felipe Anderson, que entrara instantes antes em lugar de Gabriel Jesus, recebeu livre na direita da área, infiltrou-se e rolou para o meio. Sozinho e sem goleiro, Luan assinalou o quinto.

Pouco exigido durante a partida, Weverton brilhou no fim e não permitiu que Honduras fizesse sequer o gol de honra. Aos 35, Elis bateu de fora da área, e o goleiro do Atlético-PR espalmou para o lado. Pouco depois, aos 36, o próprio Elis apareceu para concluir jogada ensaiada de escanteio, mas lá estava o arqueiro brasileiro.

Para fazer valer o "três vira, seis acaba", Neymar marcou mais um, aos 46 minutos, em cobrança de pênalti. Palacios derrubou Luan na área, o camisa 10 e capitão bateu no canto direito e fechou a conta.

Ficha técnica:.

Brasil: Weverton; Zeca, Rodrigo Caio (Luan Garcia), Marquinhos e Douglas Santos; Walace e Renato Augusto (Rafinha); Luan, Gabigol, Neymar e Gabriel Jesus (Felipe Anderson). Técnico: Rogério Micale.

Honduras: López; Paz, Palacios e Vargas (Salas); Pereira, Espinal, Acosta (Banegas) e García; Elis, Quioto e Lozano (Benavidez). Técnico: Jorge Luis Pinto.

Árbitro: Ovidiu Hategan (Romênia), auxiliado pelos compatriotas Octavian Sovre e Sebastian Gheorghe.

Cartões amarelos: Rodrigo Caio (Brasil); Acosta, Vargas, Paz, Palacios e Espinal (Honduras).

Gols: Neymar (2x), Gabriel Jesus (2x), Marquinhos e Luan (Brasil).

Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.