Medicamento desenvolvido em estudo liderado por professora da UFRJ é derivado de molécula da placenta humana

Brasil descobriu a cura para tetraplégicos? Entenda remédio que pode revolucionar a ciência
Medicamento desenvolvido em estudo liderado por professora da UFRJ é derivado de molécula da placenta humana / Foto: Bruno Drummond, após acidente em 2018. (Foto: Reprodução)

Uma grande descoberta de cientistas brasileiros pode revolucionar a ciência no tratamento de paraplégicos e tetraplégicos. Um estudo desenvolvido há mais de 25 anos, liderado por Tatiana Sampaio, professora doutora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), apresentou um resultado animador em pessoas e cães que tiveram lesão na medula.

Em parceria com o laboratório farmacêutico brasileiro Cristália, os pesquisadores desenvolveram um medicamento a partir de um fragmento da placenta humana, a polilaminina. A molécula é capaz de regenerar neurônios e, então, ajudar a restaurar as conexões cerebrais com o corpo após acidentes, que resultam, muitas vezes, na paraplegia ou tetraplegia.

Desde 2018, o remédio experimental vem sendo testado em humanos e cães, com resultados que dão esperança por uma cura oficial. No entanto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aguarda ainda novos testes clínicos para a autorização e regulamentação do medicamento.

Em 2021, uma empresa farmacêutica fez testes em seis cães com lesões antigas, e quatro deles recuperaram os movimentos. Já os testes em humanos tiveram diferentes níveis de recuperação.

O caso mais famoso foi do bancário Bruno Drummond de Freitas, que sofreu um acidente de carro em 2018 e teve uma lesão cervical grave. Com autorização da família, ele recebeu o tratamento logo na chegada do hospital e, no primeiro mês, conseguiu mexer o dedão do pé.

Atualmente, ele já caminha normalmente e quase recuperou completamente o movimento dos braços, que ocorreu de forma gradual. Os cientistas também afirmam que tempo e fisioterapia são fatores decisivos na recuperação.

Estudos sobre possíveis efeitos colaterais, eficácia em pacientes crônicos e outras questões seguem em desenvolvimento e, por isso, a pesquisa não foi publicada de maneira oficial.