Mesmo sem regulamentação, orientação é que usuários se atentem para modo de uso e segurança pessoal e de pedestres.

Bicicleta motorizada virou “epidemia” e exige cuidado, alerta Agetran
Dona Cleusa é exemplo para usuários e usa capacete mesmo não sendo obrigatório. / Foto: Paulo Francis

Bicicletas e patinetes motorizados estão caindo cada vez mais no gosto de quem busca alternativas para diminuir o tempo gasto no trânsito. Por isso, mesmo que ainda não exista regulamentação para esses tipos de veículos por parte do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) alerta os usuários para cuidados que garantam a própria segurança, assim como a dos pedestres.

“Virou epidemia no Brasil inteiro e essa tendência logo deve chegar aqui. Por isso, é importante que os usuários se atentem para a questão da segurança e, mesmo que sem regulamentação, se dediquem em andar conforme as regras de trânsito e prestando atenção para evitar que eles se machuquem ou que isso aconteça com outros”, aponta o diretor-presidente da Agetran, Janine Bruno.

Segundo ele, a cautela está baseada na experiência em grandes capitais brasileiras, como o Rio de Janeiro e São Paulo. “Ainda essa semana eu estava vendo que, nessas cidades, aumentou o número de acidentes envolvendo esses equipamentos, principalmente atropelamento de pedestres”, revelou.

A situação merece atenção porque a maioria dos usuários circula por ciclovias e até em calçadas, onde há grande circulação de pedestres. Ainda na avaliação de Janine, quem usa bicicleta ou patinete motorizado deve se comportar no trânsito como um ciclomotor ou motocicleta.

“É sua vida que está em jogo e a proteção individual também é importante, ou seja, assim como motociclistas, a utilização de capacetes deve ser prioridade, porque mesmo que esteja a 20 km/h, se um carro colidir, a pessoa pode cair, bater a cabeça a cabeça e machucar”, pontua Janine.

E pelas ruas de Campo Grande, dona Cleusa Ferreira, de 58 anos, é exemplo quando o assunto é prevenção. Após ganhar da filha uma bicicleta motorizada no último Natal, o veículo passou a fazer parte do dia a dia da artesã.

“Uso sempre que eu preciso sair para comprar um aviamento, ou qualquer outra coisa para o ateliê. Nos fins de semana também aproveito para visitar minha mãe e sempre com capacete e prestando atenção no trânsito”, afirma.

Cleusa revela ainda que, apesar de utilizar a bicicleta frequentemente, a cautela ainda não permitiu circular por ruas e avenidas mais movimentadas. “Moro no Leblon e, por enquanto, ando por aqui ou bairros próximos, como Bonança, União e Oliveira. Mas estou me adaptando e, devagarinho, quero chegar mais longe.

O modelo utilizado pela artesã também é exemplo quanto aos itens de segurança. Além do uso do capacete, a bicicleta possui setas, buzina, retrovisores e lanternas, equipamentos que auxiliam na circulação e aumenta a segurança pessoal. “Isso é importante porque a maioria respeita, mas sempre tem alguém que corre um pouco mais e, se eu cair, estou protegida”, complementa Cleusa.

E pelas ruas da Capital não é dificil encontrar pessoas que seguem o bom exemplo. Na avenida Afonso Pena, um usuário utilizava um capacete para motocicletas durante um flagrante feito pela reportagem. Mas, também há casos de pessoas que optam por não usar o equipamento, caso do registro feito na Avenida Bandeirantes.

Investimento - Na onda da febre nacional, a prefeitura da Capital já anunciou que se prepara para trazer novidades e opções de transporte para Campo Grande. O desejo do executivo municipal, além de tudo, é contribuir para que a população tenha mais qualidade de vida. Porém, falta empresa que se interesse em oferecer esse tipo de serviço, como ocorre em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis.

Segundo a diretora-presidente da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), Berenice Maria Jacob Domingues, a intenção principal é fornecer novas opções, “seja por meio de estações de bicicletas ou de qualquer outro modal que não temos, como o patinete, VLT ou BRT”, exemplifica, citanto o VLT carioca, Veículo Leve sobre Trilhos, um trem que percorre o centro do Rio de Janeiro desde as Olimpíadas e o BRT (Transporte Rápido por Ônibus).