Tradicional festa do calendário baiano acontece no bairro do Rio Vermelho. Região teve mudanças no trânsito; confira.

Baianos e turistas se reúnem em celebrações para Iemanjá neste sábado, em Salvador
Festa de Iemanjá, em Salvador / Foto: Lucio Tavora/AFP

Milhares de baianos e turistas celebram o Dia de Iemanjá, a orixá das águas, também intitulada como Rainha do Mar, neste sábado (2), no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

Por volta das 5h, uma alvorada de fogos de artifício marcou a chegada do presente principal ao Rio Vermelho. A celebração é uma das principais do calendário de festas populares da Bahia.

Durante todo o dia, uma enorme fila se forma na Rua da Paciência para a entrega dos presentes. As celebrações para Iemanjá começaram na sexta-feira (1º), com a abertura do Caramanchão, local onde são colocados os presentes levados por pescadores para a Rainha do Mar.

Os presentes podem ser deixados ao lado da Colônia de Pescadores Z1, próximo ao Largo de Santana, a partir das 7h desde sábado.

A procissão para a entrega do presente principal do mar, além de cerca de 600 balaios com oferendas depositadas pelos devotos e admiradores, está prevista para às 15h30, também no Rio Vermelho. A saída é da Colônia de Pescadores.

A Prefeitura de Salvador informou que uma equipe com 18 salva-vidas da Salvamar, vai participar do evento. Quatro agentes vão acompanhar o barco que leva as oferendas, dois ficarão em um bote, dois no jetski e 10 darão suporte entre a faixa de areia e as embarcações.

Por meio de nota, a Marinha informou que Capitania dos Portos da Bahia (CPBA), que participa do evento para fiscalizar e garantir a segurança no mar, vai contar com 120 militares. Eles vão participar do cortejo em quatro lanchas, uma moto aquática e um Navio Patrulha do Comando do Grupamento de Patrulha Naval do Leste.

A Capitania detalhou que as embarcações navegarão para a costa até atingir a distância aproximada de 3 Km da praia, local onde as oferendas serão lançadas ao mar.

Durante o deslocamento para a área de lançamento das oferendas estará proibido o tráfego de embarcações no perímetro de segurança, que será na parte da região marítima da praia do Rio Vermelho. Além disso, nenhuma embarcação deve se posicionar no rumo oposto ao do cortejo, nem impedir o acesso à praia do Rio Vermelho.

Entre outras recomendações aos condutores de embarcações feitas pela Marinha estão:

Somente poderão participar do cortejo embarcações homologadas para operar em mar aberto ou que estejam com a dotação mínima de material exigido para operar na área de navegação interior tipo 2

A quantidade de pessoas a bordo não deverá ultrapassar ao fixado na lotação estabelecida no respectivo Título de Inscrição da Embarcação (TIE)
As embarcações deverão dispor do material de salvamento previsto na sua dotação.

Especial atenção deve ser dada aos coletes e boias salva-vidas

As embarcações deverão ser conduzidas por pessoas devidamente habilitadas pela

Marinha do Brasil, as quais não devem ingerir bebidas alcoólicas

Deverá ser obedecido o tráfego em baixa velocidade, evitando a realização de manobras arriscadas que venham a colocar outras embarcações em risco

Os comandantes das embarcações que estiverem acompanhando o cortejo não deverão permitir o mergulho no mar de seus tripulantes e passageiros durante o cortejo e no momento de entrega da oferenda.

História
 
A festa em homenagem a Iemanjá teve início em 1923, quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer presentes à mãe das águas. Nesta época, os peixes estavam escassos no mar. Desde então, todos os anos os pescadores pedem a Iemanjá fartura de peixes e um mar tranquilo.

A tradição foi crescendo e, na década de 1950, foi oficializada como a "Festa de Iemanjá". A celebração é uma das principais manifestações com origem nas religiões de matrizes africanas em Salvador.

Conforme aponta a tradição dos povos iorubás, Iemanjá era a filha de Olokum, deus do mar. Ele a teria dado uma garrafa e recomendado que só abrisse em caso de necessidade.

Certo dia, em fuga de Okerê, o marido que a ofendeu, ela tropeçou na garrafa, que se quebrou, fazendo surgir um rio de águas tumultuadas que levou Iemanjá ao oceano. Desde então, a rainha das águas não voltou mais para a terra.