Mãe da criança, de 1 ano, afirma que filho foi morto pela babá e pede ajuda para que pais possam acompanha-la no exterior para superar momento difícil. Casal, que vive em Goiás, não obteve retorno do Itamaraty.

Avós de bebê morto nos EUA tentam visto para acompanhar filha e lamentam crime:
Antonio Neto de Oliveira Souza, de 1 ano e 4 meses, morreu em Dallas / Foto: Arquivo pessoal/Sara de Oliveira

Os avós do bebê Antônio Neto de Oliveira Souza, de 1 ano e 4 meses, assassinado nos EUA, tentam obter o visto para poder viajar ao país e acompanhar a filha, a diarista Sara de Oliveira Pereira, de 29, mãe da criança, ainda muito abalado com o que ocorreu. Segundo ela, o menino morto pela babá, em janeiro.

O casal mora em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Avó da criança, Sílvia Luiza de Oliveira Roquete contou só conhecia o neto - nascido nos EUA - por vídeos e relatou a tristeza pela morte e por não estar perto da filha neste momento.

"A gente tinha muitos projetos com nosso bebezinho americano. Nossos sonhos foram todos interrompidos”, desabafa.

O marido dela e avô de Antônio, Renato Roquete Melo, disse que ele já contatou o Itamaraty para obter o visto e ficar ao lado da filha em um momento tão difícil, mas não recebeu resposta.
 
“Eu passei um email para eles explicando a situação e eles se prontificaram a levar o caso para frente, mas eu não tive o retorno deles ainda", afirma.

O G1 já havia entrado em contato com o Itamaraty na terça-feira (2) e reforçou o pedido de posicionamento nesta quarta-feira (3), mas ainda não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Auxílio da família
 
Sara vive em Dallas, no Texas, somente com o marido. Ela não tem qualquer outro parente no país para ampará-la no momento de dor e tristeza. Por isso, pede ajuda para que os pais possam viajar.

“Eu não tenho feito muito. Ainda ando muito emotiva e com isso minha cabeça as vezes não funciona bem. Queremos ajuda para trazer meus pais, pois ainda vamos enfrentar um julgamento”, contou.

Ela afirma que o visto da mãe foi negado porque, há 20 anos, ela extrapolou em um mês o tempo que poderia ter ficado no país. No caso do pai dela, não ficou claro por quais motivos o visto teria sido negado.

'Choque'
 
Nos EUA, Sara lamentou o crime, ocorrido no dia 17 de janeiro deste ano. A babá foi presa dez dias depois do crime, fato que chocou a família, pois a diarista acreditava, até então, que a morte teria sido acidental.

“Foi um choque muito grande, foi uma rasteira, na verdade, muito grande. E vindo de uma pessoa que a gente conhecia, que já tinha um relacionamento próximo”, lamentou.

O Departamento de Polícia de Dallas informou, por meio de nota, que as informações a respeito da morte do bebê são confidenciais porque envolvem suposta negligência ou abuso no trato com uma criança. No entanto, há confirmação de que existe uma investigação em andamento.
 
“Quando o resultado parcial da perícia ficou pronto foi direto para a polícia e a detetive pediu uma reunião comigo e meu marido. Sobre os traumas [que ele teve por causa da forma como foi morto] só ficamos sabendo uma semana atrás”, afirmou Sara.