O Dourados News visitou o local nesta manhã (3) e conversou com o gestor de obras do Município, Jorge Torraca, para conhecer as possíveis causas da cratera.
A erosão de 10 metros identificada pelos agentes da Prefeitura de Dourados e Defesa Civil na tarde ontem (2), na avenida Presidente Vargas, pode ter sido causada pelas vibrações do córrego Laranja Doce e da pista, uma das principais vias de conexão com a região norte da cidade.
O Dourados News visitou o local nesta manhã (3) e conversou com o gestor de obras do Município, Jorge Torraca, para conhecer as possíveis causas da cratera. Segundo ele, ocorreu uma escoriação do aterro provocando a sedimentação dos blocos que cobrem as galerias de águas do córrego.
“Esse bueiro é uma passagem do Laranja Doce e houve um tipo de um dooping aqui nesse ponto, formando essa concavidade. Esse aterro aqui já tem cerca de 50 anos, então é coisa muito antiga. Com o tempo, há aproximadamente 10 ou 15 anos, foi escoriando e agora o problema aflorou aqui na pista. Não tínhamos acesso a esse prejuízo”, explicou.
Desde ontem equipes da Secretaria de Obras Públicas estão fazendo a escavação da área. Na cratera a profundidade já atinge de cerca de 10 metros. Os trabalhos estão concentrados em fazer a abertura do ponto para que os agentes tenham acesso até as galerias e lá será feita a restauração da tubulação a fim de criar uma caixa de passagem para o Laranja Doce.
“Estamos baixando o nível de plataforma para chegar com as máquinas lá embaixo. Além disso também tirando o terrapleno em torno do local para garantir que não ocorram desabamentos e os trabalhadores tenham condições de estar aqui. Estamos montando um pequeno projeto para recuperação disso aqui”, disse o engenheiro.
INFLUÊNCIA DE LOTEAMENTOS
Nos últimos anos vários loteamentos e residenciais foram instalados nas regiões norte e noroeste de Dourados, comprometendo a permeabilidade do solo em uma área bastante extensa. Com isso, o volume de águas do córrego Laranja Doce aumentou, já que ele é o principal canal de vazão para esses empreendimentos.
Segundo Torraca, esse aumento no volume pluvial influenciou na deterioração do local onde surgiu a cratera. Aumentando o volume de águas, aumenta a intensidade da passagem e as vibrações emitidas pela galeria. O engenheiro explicou que automaticamente essas vibrações vão impactando o solo até ocorrer o que aconteceu naquele ponto da avenida.
“A Prefeitura já estuda fazer uma análise dessa área toda de cima, essa vazão e futuramente vai ser preciso mexer na ampliação dessa passagem de água. A gente já sabe que terá que ser feita essa intervenção. Por enquanto não tem como parar aqui para solucionar essa situação”, disse.
O engenheiro prevê duração de cerca de 15 dias para os trabalho. Ele classificou a situação como “complexa” e já antecipou que o outro sentido da Avenida Presidente Vargas, que liga o centro aos bairros, também será interditada entre as ruas Suíça e General Câmara.
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