Três envolvidos foram presos essa semana

AU METAL: Com líderes presos pela PF, recrutador confirma que

Apesar da operação Ouro de Ofir, deflagrada na terça-feira (21) Polícia Federal em Mato Grosso do Sul com a Receita Federal, ter desmantelado grupo suspeito de aplicar golpes 'vendendo' investimento em títulos nacionais e até em uma mina de ouro inexistente, o negócio continua operando. A cúpula da chamada 'Operação AU METAL' e 'SAP' foi presa.

Mesmo assim, a confirmação à reportagem de que o negócio não parou, veio do servidor público estadual de Mato Grosso do Sul Alcides Cunha, que se apresenta como 'recrutador de novos participantes'. Por telefone, ele afirmou que a atividade continua e tentou minimizar a operação da Polícia Federal.

“Tudo está sendo resolvido, estão apresentando a documentação e já foi reaberta a compra online pelo Celsinho (Celso Araújo), já estão mexendo com os contratos, lançando na planilha”, desconversa. E confirma: “A operação continua, é mundial, não parou”.

Perguntado, novamente, sobre uma possível fraude, ele diz que existe documentação e fala em denúncia. “Celso só está mais enrolado porque foi pego com arma, a (prisão) dele e do Peró (Sidiney dos Anjos Peró) foi preventiva”, argumenta.

A operação prendeu Celso Eder de Araújo, dono da empresa Company Consultoria que também foi alvo da operação, além de Sidney Anjos Pero e Anderson Flores de Araújo, tio de Celso.

O golpe era baseado na existência de uma suposta mina de ouro que foi explorada há muito tempo e cujos valores oriundos das comissões para a revenda estariam sendo repatriados e cedidos, vendidos ou até mesmo doados a terceiros, mediante pagamentos. O grupo promete lucros exorbitantes envolvendo ouro ‘do tempo do Império’ e antigas ‘letras do Tesouro Nacional’.

E foi assim que uma moradora de Florianópolis, que preferiu não ser identificada, entrou no negócio investindo R$ 1,6 mil. “Final de dezembro disseram que iam nos pagar, mas depois nada aconteceu, só recebia desculpas. Diziam até que o dinheiro foi bloqueado por ordem do presidente, Michel Temer”, conta.

De acordo com a Polícia Federal, as operações fraudulentas deveriam ter sido abortadas, e informou que investigações continuam e sob sigilo.