Presente em mais de dez grupos de família, Marlei Cunha é especialista em descobrir a história dos sobrenomes.

Ator se especializa em pesquisar árvores genealógicas
Foto do início da década de 1940 durante uma festa de Nosso Senhor do Bom Jesus, em Costa Rica; Marlei resgatas as fotos, as histórias e as lendas antigas de famílias de Mato Grosso do Sul. / Foto: Arquivo pessoal

O ator, dramaturgo e pesquisador Marlei Cunha, 70 anos, já participou de quase todos os eventos familiares de Costa Rica. 

Admirador de árvores genealógicas, ele sempre é convidado a entrar nos grupos de WhatsApp e até nas festas presenciais, em que cada um dos participantes quer descobrir um pouco mais sobre a trajetória das famílias. “Eu participo de uns dez grupos de família no WhatsApp e tenho um livro publicado que fala sobre as famílias de Mato Grosso do Sul que tiveram importância para a região. Eu gosto de contar a história regional a partir dos habitantes, do progresso intelectual e econômico que tiveram”, explica Cunha. 

O pesquisador conhece a história de 16 famílias da região e, com isso, acabou descobrindo sua própria origem com a família Nogueira. “Eu tenho um ancestral na família Nogueira. Atualmente, eu presto consultoria para essas famílias que querem recuperar a história dos ancestrais”, indica. 

Festas

Foi nesse caminho da consultoria que ele conheceu os representantes da família Paes, em Costa Rica. Pode parecer improvável, mas as reuniões de fim de ano da família Paes conseguem atrair mais de 1 mil participantes na cidade de Costa Rica, interior de Mato Grosso do Sul. O sobrenome tradicional rendeu até uma revista especial produzida sob medida pelo escritor Marlei Cunha. “Os Paes habitaram a região denominada Baús, tendo participado da criação de Costa Rica e são pioneiros em várias atividades do Estado. Eu já fiz quatro trabalhos de famílias específicas e, geralmente, as pessoas me chamam porque tem uma festa de família e os mais jovens querem saber a sua história”, explica Cunha.

O terceiro encontro da família ocorreu no fim de semana, no salão paroquial de Costa Rica. “Nossa família é bem tradicional e eu percebia que ninguém conseguia se reunir. Na primeira festa foram 800 participantes e na segunda 1.176. Ainda é pouco, mas está crescendo”, avalia um dos organizadores, João Martins, da sexta geração da família.

A programação da festa começou no sábado com uma carreata pelas ruas de Costa Rica e seguiu até domingo com um churrasco. “A festa acaba começando antes na verdade, porque desde sexta-feira tem gente chegando na cidade”, explica João. 

Espalhados
Segundo a organização, os parentes vêm de Mato Grosso, Goiás, Brasília, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Maranhão. 

Quinta geração da família, a costureira e microempreendedora Vera Lúcia Barbosa, 65 anos, não disfarça a empolgação de reencontrar os familiares durante a celebração. “Essa festa é principalmente para reunir os mais velhos da nossa família. Minha avó teve oito filhos, incluindo minha mãe que está atualmente com 81 anos. É um momento de reencontro entre eles”, ressalta.

Para ela, a reunião foi importante para compreender como é a árvore genealógica da família. “A cidade de Costa Rica nasceu da região da Capela, distrito de Baús. Naquela época era tudo fazenda e todo mundo da família tinha um pedacinho de terra lá na região da Fazenda Santo Antônio dos Dois Córregos”, frisa.