O porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, major Ivan Blaz, afirmou em entrevista ao Bom Dia Rio, que a corporação sabe que muitas pessoas que estavam presentes no protesto que acabou em violência na Assembleia Legislativa do RJ não eram servidores. De acordo com ele, o emprego de explosivos contra as forças policiais corre o risco de enfraquecer o movimento de reivindicações.

“Nós temos observado que muitos que estão presentes nestes atos de violência não são servidores do Estado do Rio de Janeiro. Ontem foram empregados explosivos e isso, em um passado recente, já vitimou, destroçando uma família de forma traumática, um profissional da imprensa, e isso é algo que temos que pensar em relação aos atos, sob o risco de perdermos a legitimidade do movimento”, explicou Blaz.

De acordo com o porta-voz da PM, a corporação pretende continuar a coibir eventuais abusos.

“É papel da Polícia Militar garantir que o processo democrático transcorra com naturalidade. A manifestação é mais do que um direito, é uma necessidade. Precisamos estar aqui defendendo direitos e garantias. Mas não podemos permitir cenas de barbárie e de violência”, destacou o policial.

Blaz afirmou ainda que a entrada dos policiais na Igreja São José, ao lado da Alerj, foi permitida por dois funcionários. Ele afirma que o comandante-geral da corporação vai se reunir com o cardeal Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, para falar sobre o assunto.

“A entrada dos policiais do Batalhão de Choque na Igreja São José foi uma entrada franqueada por funcionários da Igreja. Obviamente, lamentamos que a Igreja, um templo de 410 anos, tenha feito parte desse cenário de violência. Mas foi uma decisão tática e que hoje o nível estratégico está apurando”, contou o major.

Nos confrontos de terça-feira (6), nas ruas do Centro, nove pessoas foram presas e outras 11 policiais ficaram feridos, um deles com um trauma facial. De acordo com Blaz, o esquema de segurança segue reforçado na área.

“O policiamento sempre é reavaliado, de acordo com as novas estratégias e novas demandas. Nós temos que, por razões claras, reavaliar toda a questão de ontem e por questões de segurança. Nós não podemos permitir que manifestantes cheguem aqui com explosivos”, explicou o porta-voz da PM.