Artistas naïf homenageiam Jogos Rio 2016 em exposição com 160 obras
Ginasta e a fita / Foto: Jaime Acioli/Museu Internacional de Arte Naïf

Pela primeira vez desde que foi inaugurado, em 1995, o Museu Internacional de Arte Naïf (Mian), localizado no bairro do Cosme Velho, na zona sul do Rio, teve seu espaço de exposição reformulado para uma mostra temporária. No lugar das obras exibidas em caráter permanente, pertencente ao vasto acervo do museu, o principal da América Latina dedicado a este gênero de pintura, entram outras que homenageiam o maior evento esportivo mundial, que o Rio de Janeiro sediará no próximo mês de agosto.

Unindo arte e esporte, a exposição Jogando com as cores naïf   reúne cerca de 160 obras de 30 artistas brasileiros, de vários estados. Algumas delas já estiveram expostas no Museu Olímpico de Lausanne (MOL), na Suíça, mas outras foram produzidas especialmente para a mostra, sempre com o mesmo mote – os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

Selecionadas pela curadora Jacqueline Finkelstein, as telas abordam as diferentes modalidades esportivas e também países que já sediaram as Olimpíadas. Um painel, encomendado à artista Mabel, conta em forma de história em quadrinhos a trajetória dos Jogos em sua era moderna, desde Atenas, em 1896, até as últimas edições.

“São obras que promovem o encontro entre cultura, esporte e educação, reforçando o ideal olímpico de equilíbrio entre corpo, mente e vontade”, define a curadora. Os trabalhos foram agrupados em seis núcleos temáticos: esportes brasileiros, esportes ao ar livre, esportes aquáticos, esportes de salão, esportes de inverno e diversos. 

Entre os esportes nacionais retratados estão alguns bem cariocas, como o vôlei de praia, que virou olímpico em 1996, e outros que nunca foram incluídos nos Jogos, como peteca, futevôlei e capoeira. Os Jogos Paralímpicos estão representados por uma tela inédita da artista Helena Rodrigues, retratando o basquete.

Obra que levou as cores e as formas da arte naïf brasileira ao museu de Lausanne, Largada da Maratona, do carioca Fábio Sombra, é um dos destaques da exposição. A interatividade também está presente na mostra: os visitantes podem se retratar praticando seu esporte preferido em um gigantesco quadro negro, com o relevo da Cidade Maravilhosa, enquanto a atividade desenhando nos aros permite a alunos de escolas utilizar as cores dos aros olímpicos como ponto de partida de uma oficina de criação artística.

Palavra do idioma francês que significa “ingênuo”, o termo naïf designa o gênero de pintura praticado pelas pessoas que não tiveram uma educação artística formal, mas que superam as dificuldades técnicas criando obras de grande beleza, em linguagem peculiar. Os historiadores da arte também definem o estilo, praticado por milhares de pessoas em todo o mundo, como primitivismo moderno.

A exposição Jogando com as Cores Naïf fica em cartaz até 30 de outubro e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados e domingos, das 10h às 17h. Os ingressos custam R$ 12 a inteira e R$ 6, a meia entrada para estudantes, idosos, menores de 18 anos, portadores de necessidades especiais e do Passaporte Cultural Rio.

Durante os Jogos Olímpicos (6 a 21 de agosto) e Paralímpicos (7 a 18 de setembro) a entrada será grátis para todos os visitantes. O Mian fica na Rua Cosme Velho, 561, no bairro do mesmo nome, na zona sul do Rio.