Os Guerreiros do Amor também vão até moradores de rua e dão alimentos, roupas e abraços a quem está precisando

Após sofrer ao lado dos filhos, mãe cria grupo para fortalecer pais contra droga

Há dois anos, a assistente social Jessie Leal da Rocha resolveu criar o grupo de apoio Guerreiras do Amor, para que mães com filhos dependentes químicos tivessem um lugar para trocar experiências e desabafar. Atualmente, o nome mudou para Guerreiros do Amos, porque hoje não é mais só para mulheres. Também há pais, esposas, maridos e tantas outras pessoas impactadas pelas drogas, que querem compartilhar histórias e pedir ajuda.

Jessie passou por essa situação com os dois filhos, que sofreram bastante com a separação dos pais, conta ela. Na época, o mais velho tinha 17 anos e o mais novo 13. “Foi um baque muito forte para eles, não aguentaram. Fui tendo indícios até que a situação saiu do controle e tive que internar os dois”, recorda.

Com os problemas cada vez maiores, amigos e familiares foram se afastando de Jessie. “Passei por isso dentro de casa, sozinha com eles. Com o tempo ia ficando pior e, muitas vezes não queria nem ajuda, só queria desabafar com alguém, jogar tudo pra fora, mas os amigos iam vendo aquilo e não queriam se aproximar, não falavam comigo, então acabei sozinha, sem ninguém para conversar, falar dos meus problemas”, conta.

 

E assim foram se arrastando os anos. Sem companhia para partilhar seus problemas, em 2015 ela resolveu fundar o Guerreiras do Amor, juntando mães que passavam pelos mesmos problemas que ela.

Mas não era só para desabafar que ela queria reunir as mulheres, queria mais. Foram se juntando e todas as quintas-feiras iam até moradores de rua para lhes dar comida, roupas e afeto para que se sentissem parte da sociedade. “Todas sabíamos o que é estar nessa situação, já que tínhamos filhos nela, então sabemos o quanto é importante se solidarizar com eles, já que muitos não tem apoio da família”, pontua.

Depois que começaram a visitar pontos em que há aglomeração de usurários de droga, como a região da antiga rodoviária, pontilhões da av. Ernesto Geisel, entre outros, conheceram diversas histórias e passaram, cada vez mais, a ajudar. “Nunca perdemos uma quinta-feira. Hoje em dia são 15 pessoas fixas que sempre estão me ajudando no grupo, fora diversas outras que mandam dinheiro ou fazem doações de alimentos e roupas”, declara.

Elas podem ser reconhecidas pela camiseta que tem um desenho da mulher maravilha. “Escolhi ela por ser uma guerreira e desde que passei por estes mesmos problemas com meus filhos ouvia isso, que sou uma mulher de luta, então resolvi usar a figura dela, que representa isso”, explica.

Para o Natal o grupo pretende fazer uma grande ceia para os moradores de rua. “Eles precisam de alguém que dê além de coisas de necessidade básica, afeto, por isso vamos até eles”, reflete.

Mas para concretizar a ação elas precisam de doações. O grupo pede arroz, frango, óleo, farinha de mandioca, bacon, uva passa, frutas cristalizadas, entre outros alimentos. Quem quiser ajuda-los pode entrar em contato com o telefone 99918-9017, que também é whatsapp.