Sonho da aviação começou na infância, quando o pai a levava para ver aviões pousarem e decolarem no Aeroporto da Capital

Ser piloto de aviões é o grande objetivo de vida da jovem Raíssa Costa Aurélio, de 19 anos. Mas, após iniciar o curso exigido para praticar a profissão e até pilotar algumas aeronaves no céu durante as aulas, a jovem de Campo Grande (MS) precisou interromper o sonho da aviação.
Nascida e criada na Capital, ela começou a estudar o curso teórico por conta própria, além de conciliar a faculdade de Ciências Biológicas, a formação de piloto e o trabalho já aos 18 anos de idade. Aliás, a jovem tirou do próprio bolso e trabalhou duro para bancar as aulas que a habilitarão para comandar aeronaves.
No entanto, os altos custos das horas de voo a levaram a fazer uma pausa nos estudos e, agora, sem dinheiro para as despesas, ela continua buscando formas de seguir seu sonho. Por isso, no momento, tem como principal meta conseguir uma bolsa.
Raíssa pilotou aviões durante aulas de voo – (Fotos: Arquivo Pessoal)
O início de um sonho e muitos desafios no caminho
Em conversa com o Jornal Midiamax, Raíssa conta sua história e expõe os desafios que tem superado para se tornar piloto. Ela relata que sempre teve um grande fascínio pela aviação e tudo começou quando seu pai a levava para observar os aviões em pouso e decolagem no Aeroporto de Campo Grande – aquele programa bem típico dos finais de semana na Capital.
“Decidi ser piloto no 3º ano do ensino médio, em 2023, quando não me identificava em nenhuma outra área e comecei a pesquisar e entrar em contato com outros pilotos atuantes. Depois disso, minha paixão só aumentou”, detalha.
Com a profissão escolhida, o primeiro passo foi entrar em contato com as escolas de aviação na cidade para entender as etapas. “Foi um tempo de muita pesquisa e paciência, até porque eu não era familiarizada com a área. No começo, meus pais ficaram com um pé atrás por acharem perigoso e, por ser uma profissão muito distante da realidade, precisei provar que era o que eu queria e estava disposta a percorrer os desafios”, comenta.
“Conheci pessoas incríveis, mas nem todas foram acolhedoras”, declara aspirante a piloto de avião
A faculdade de Ciências Biológicas veio como uma segunda opção, um porto seguro diante da incerteza sobre o futuro na aviação. Ainda assim, ela começou a realizar aulas de voo em Campo Grande mesmo, no Aeródromo Teruel, e enfrentou muitas dificuldades pelo caminho.
“É uma área muito fechada, conheci muitas pessoas incríveis mas infelizmente nem todas foram acolhedoras. O principal desafio para mim é a formação ser muito cara, eu comecei a trabalhar aos 18 anos para conseguir pagar enquanto conciliava com a faculdade e o curso de piloto, mas ainda não conseguia completar todas as horas mensais, foi quando eu decidi dar uma pausa e juntar o dinheiro”, explica.
Conforme Raíssa, não existe um tempo fixo para a formação de um piloto e isso varia com a condição e preparo de cada um. “Estou na parte prática do piloto privado, então falta um caminho ainda para ser percorrido. Acho que o que mais me fascina é a maquinaria com a aplicação da aerodinâmica, a capacidade de vencer a gravidade e o arrasto pela engenharia e física”, relata.
Aos 19 anos, a jovem já teve a oportunidade de pilotar aviões e, para ela, esta é a melhor parte do curso. “Sem sombra de dúvidas. A vista é espetacular e a sensação de estar no controle da aeronave é indescritível, meu coração está no céu”, afirma.
Bolsa de estudos ajudaria na realização de sonho
Para ser piloto, é necessário concluir os cursos de piloto privado e piloto comercial, sendo que ambos são compostos de conteúdo teórico, provas, treinamento rígido nas horas de voo e exames médicos. Sem condições para pagar pelo treinamento, Raíssa quer conseguir uma bolsa de estudos.
“Atualmente, procuro bolsa em programas de incentivo para mulheres na aviação como a Aviadoras, na qual sou associada, e no Asa para Todos, para auxiliar no custo das horas de voo”, revela.
Enquanto a bolsa não chega, Raíssa usa as redes sociais para falar do que mais ama. Recentemente, ela criou um perfil no Instagram para compartilhar sua história, mostrar a rotina de quem está começando na aviação e também para buscar visibilidade, já que ser uma mulher tão jovem nesse meio ainda é um desafio.
“Meu conselho parece clichê, mas é sobre não desistir ou abaixar a cabeça em frente as dificuldades, a aviação não é uma área fácil para ninguém, ser mulher apresenta um agravante nas dificuldades mas se for seu sonho, vá com tudo”, finaliza.
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