A unidade de Dourados está a frente do caso, já que o Regimento de Bela Vista é subordinado a mesma.
A 4 ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados se pronunciou à imprensa na manhã desta quinta-feira (09) e disse estar apurando o caso da morte de Vinícius Ibañez Riquelme, 19 anos, e denúncias de mães de recrutas relacionadas a tortura durante treinamento militar.
O General de Brigada Abelardo Prisco de Souza Neto permitiu que as equipes de reportagem fizessem perguntas e as respondeu, no entanto, não permitiu gravações durante o pronunciamento e disse que adotou tal medida, para não atrapalhar o andamento do inquérito. A unidade de Dourados está a frente do caso, já que o Regimento de Bela Vista é subordinado a mesma.
Um inquérito foi instaurado pelo Exército, bem como um procedimento administrativo.
Vinícius Ibañez Riquelme, era recruta e passou mal durante treinamento militar em campo, na cidade de Bela Vista e posteriormente morreu.
No momento em que passou mal, de acordo com o Exército, ele recebeu atendimento médico pela equipe militar, posteriormente foi encaminhado para o Hospital de Bela Vista e devido a gravidade do quadro foi transferido para o Hospital da Santa Casa de Campo Grande, onde não resistiu e óbito foi constatado no dia 27, pela manhã.
O jovem estava em treinamento em campo entre os dias 22 e 26 de abril. Tal treinamento envolveu 170 recrutas e 39 instrutores.
A opção da família foi que o corpo fosse transladado para o Paraguai, onde a família residia, para os trâmites fúnebres. O General de Brigada Abelardo Prisco de Souza Neto disse que o Exército ofereceu todo o suporte para a família em todos os procedimentos.
Foi informado à imprensa, que os procedimentos em andamento estão trilhando toda a linha do tempo do jovem dentro da instituição, ouvindo testemunhas e levantando documentos. O Exército disse também constar no inquérito a certidão de óbito do Riquelme, a qual aponta exaustão por exercícios físicos rigorosos. Os trâmites do processo administrativo levam cerca de 30 dias e podem ser prorrogado. Já o inquérito tem duração de 40 dias e, posteriormente o mesmo é apresentado ao Ministério Público que pode solicitar prorrogação.
A instituição informou que no caso de os levantamentos apontarem transgressão ou falta de conduta, as providências cabíveis serão tomadas, com base em regulamento disciplinar do Exército.
De acordo com o Exército, logo após a morte de Riquelme, dois recrutas precisaram de atendimento devido a sintomas respiratórios, quadros considerado graves. Além destes, outros casos foram surgindo nos dias subsequentes e o Exército organizou uma espécie de gabinete de gerenciamento de crise, inclusive alertando as famílias sobre o assunto.
O total de atendimentos chegou a 89. Destes, 28 recrutas foram internados, sendo que três precisaram de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Conforme o Exército, os sintomas eram similares e após os testes, oito recrutas positivaram para influenza, um para suspeita de dengue e em outros casos houve atendimento, mas a equipe médica não solicitou realização de exames.
Durante o pronunciamento, foi informado à imprensa que todos que foram atendidos já receberam alta hospitalar e que esses contaram o suporte do grupo.
Após a morte de Riquelme e das internações de outros recrutas do grupo de Bela Vista, familiares do falecido e mães de outros jovens que estão servindo na unidade procuraram a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de MS para denúncias de torturas aos recrutas.
Nesta manhã, na sede da OAB-MS, foi protocolada uma representação requerendo a adoção de providências urgentes, e o empenho pessoal da presidência da instituição na apuração dos fatos.
Sobre esse ponto, os representantes da instituição informaram durante o pronunciamento que as afirmações estão sendo apuradas no processo administrativo.
A 4 Brigada de Dourados é responsável por 11 unidades de MS, com cerca de 4.500 homens.
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