
Usain Bolt ainda não sabe como vai celebrar o fim da carreira, mas já começou de uma maneira inusitada. Depois da última entrevista coletiva em Olimpíadas, o jamaicano voltou à pista do Engenhão para se divertir. Não que ele não faça isso normalmente deixando todo mundo para trás. Só que desta vez foi para brincar de lançar dardos. Cercado por voluntários, pediu aplausos como se fosse um especialista da modalidade, mas o desempenho não foi lá dos melhores. Ninguém ligou. Foi aplaudido por todos que o cercavam.
Entre uma tentativa e outra, ainda comeu um de seus pratos preferidos: nuggets. Sanduíches, batatas e refrigerantes também estavam no cardápio. Comida rápida, para combinar com o que ele faz de melhor. Na noite desta sexta-feira, o Raio conseguiu seu nono título olímpico com o tri do revezamento 4x100m rasos. Ele confirmou que não vai disputar os Jogos de Tóquio, em 2020. O Rio de Janeiro foi mesmo o palco da despedida olímpica.
- Foi ótimo, mas essa vai ser minha última Olimpíada. Ainda não sei como vou celebrar. O Rio é uma boa cidade para se celebrar. Definitivamente vou ter férias, mas meu técnico que decide. Agora, estou aliviado e só quero ir às festas - disse Bolt.
O recordista mundial dos 100m e dos 200m rasos teve a companhia de sua equipe e dos seus companheiros de revezamento na brincadeira no campo do Estádio Olímpico. Pouco tempo antes, Bolt, Asafa Powell, Nickel Ashmeade e Yohan Blake estavam na pista para ganhar o ouro. Bolt pediu palmas dos voluntários para entrar no ritmo da corrida do lançamento do dardo e conseguiu a marca de 49 metros, bem menos do que o mínimo para entrar na final da prova no Rio (81,96m), mas ficou próximo da marca dealguns decatletas. Trocar de prova no atletismo, porém, não é um plano para Bolt. Ele deixa decisões sobre seu futuro para depois das férias, que ainda não têm data para acabar. Certo mesmo é que a temporada 2016 está encerrada para ele, que disse que continuará promovendo a Jamaica.
- Sou um grande embaixador, quero representar as necessidades do meus país e ser o melhor embaixador que puder. Levei muito turistas para a Jamaica, criei muitos empregos, fiz o máximo para o meu país. Depois que me aposentar quero continuar fazendo isso para o meu país.
Devidamente alimentado, Bolt voltou à pista em que se consagrou com o inédito tricampeonato. Desta vez, sem sapatilhas. Sentou-se poucos metros à frente da linha de chegada e deu uma entrevista que faz parte da gravação de um documentário sobre o novo feito do Raio. O jamaicano ainda cruzou todo o gramado do Estádio Olímpico para deixar o local. No caminho, passou por funcionários e voluntários. Começava ali um novo festival de selfies. Quando se deparou com um grupo de voluntários à espera dele, avisou logo:
- Vocês são todos amigos, certo? Então vamos tirar duas fotos, duas fotos, ok? E vocês enviam uns aos outros - disse o tricampeão, que afirmou que estava cansado.
Os fãs foram ao delírio perto do ídolo. Bolt também distribuiu autógrafos e depois se despediu. Antes de partir, ouviu um voluntário cantar em inglês:
- One Love! One Heart! (Um só amor! Um só coração!) - trecho que abre a música "One Love", de Bob Marley. O reggae, aliás, foi a trilha sonora que embalou o feito de Bolt na Rio 2016.
Bolt partiu às 2h40m da manhã. Nem deu para notar que já era sábado. A sexta-feira, dia 19 de agosto, já tem cara de eterna para o mundo do esporte.
*Participaram da cobertura Amanda Kestelman, David Abramvezt, Fabrício Marques, Helena Rebello, Marcos Guerra e Richard Souza.
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