Consórcio alega que greve é ilegal e que há risco de demissões por justa causa.

Após anúncio de greve, Consórcio Guaicurus pede mediação do TRT em negociação com trabalhadores
Após ameaça de greve, TRT-MS pode mediar negociações de trabalhadores com Consórcio Guaicurus. / Foto: Divulgação

O Consórcio Guaicurus protocolou na manhã desta quinta-feira (5), junto ao TRT-MS (Tribunal Regional do Trabalho), pedido de intermediação nas negociações salariais. A medida foi adotada devido ao insucesso nas rodadas de negociação, que culminaram em ameaça de paralisação prevista para esta sexta-feira (6).

De acordo com o Consórcio, a expectativa é de que até amanhã o documento, que foi protocolado no gabinete do desembargador presidente do TRT, receba um aval sobre o pedido de negociação.

Marcada por frustrações e protestos nas negociações salariais, há expectativa de paralisação de trabalhadores nesta sexta-feira, decidida após motoristas de ônibus se manifestaram depois do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) e o Consórcio Guaicurus não comparecerem à rodada de negociação salarial.

Na ocasião, cerca de 40 motoristas se reuniram em frente ao Sest Senat, endereço marcado para a negociação, e acusaram a direção do sindicato de estar alinhada às empresas, e não aos trabalhadores. A partir disso, lideranças voluntárias deliberaram por paralisação por duas horas, programada para ocorrer entre as 4h30 às 6h30 desta sexta-feira, quando os ônibus poderão não sair das garagens.

“Não queremos prejudicar a população, mas queremos chamar a atenção dos empresários”, disse ao Jornal Midiamax um dos motoristas. Os trabalhadores afirmam que a paralisação por duas horas está dentro da lei e que motoristas de todas as garagens do Consórcio Guaicurus devem participar, totalizando cerca de 800 funcionários.

Ato no sábado
Além da paralisação, os motoristas ainda planejam uma passeata no sábado (7) para reivindicar o aumento salarial em 13% e aumento no valor do ticket alimentação. “Cansamos de reuniões secretas entre o sindicato e o Consórcio Guaicurus. Nós queremos participar das decisões, pois afetam diretamente nosso trabalho”, afirmou outro motorista.

Procurado pela reportagem, o Consórcio Guaicurus destacou que a paralisação é considerada ilegal, já que a Justiça do trabalho precisa ser comunicada em casos de indicativo de greve. “A greve está sendo organizada por algumas lideranças, e não pelo sindicato da categoria. Se houver paralisação, há risco de demissão por justa causa, pois não há legitimidade”, pontou a assessoria do Consórcio.

O STTCU ainda não posicionou o Jornal Midiamax sobre a possibilidade de greve nesta sexta-feira.