O advogado Daniel Fernando Nardon, 49, preso na tarde desta quinta-feira (15/5) em Dourados, disse ser vítima de armação. Ele era procurado pela Justiça do Rio Grande do Sul apontado como um dos ‘cabeças’ de esquema fraudulento que realizava empréstimos em nomes de pessoas mortas.

Nardon foi preso por volta de 14h por uma equipe da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-163, próximo ao prolongamento da Avenida Marcelino Pires.
Encaminhado à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), ele passará por exame de corpo de delito e posteriormente tem agendada a audiência de custódia no Fórum de Dourados.
Na saída para o exame, ele disse ter tido o nome utilizado no golpe conhecido como ‘falso advogado’ e vai provar ser vítima.
“Vou provar em juízo que isso é uma armação. Porque tem o golpe do falso advogado em todo o Brasil. Usaram o meu nome praticando golpe, e agora jogaram para cima de mim a responsabilidade do golpe. Eu não fiquei com dinheiro de ninguém, eu trabalho há 27 anos e tenho 200 funcionários no escritório. Eu trabalho de forma correta. Não tenho nada a esconder”, disse, antes de ser encaminhado à perícia.
“Não devo nada, nunca fiquei com dinheiro de cliente. Ajudo meus clientes, é só entrar na página do meu escritório, um monte de comentário que tem das pessoas que a gente ajuda. Vou provar minha inocência”, continuou.
Daniel Fernando Nardon foi preso na companhia de outro homem, que deve ser liberado nas próximas horas.
No momento da abordagem policial, o advogado afirmou que voltava do Mato Grosso, porém, a PRF acredita que ele tentava fugir para o Paraguai.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul foi acionada e virá ao município para efetuar a transferência do preso.
Entenda o caso
Nardon teve o exercício da profissão suspenso pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) após as investigações policiais revelarem a participação dele em um esquema de fraudes.
Segundo o portal G1 do Rio Grande do Sul, ele foi indiciado por enganar clientes, apropriar-se de valores de ações judiciais e por assinar procurações em nome de pessoas já falecidas.
As investigações apontam que o escritório do advogado, alvo de operação da Polícia Civil em 7 de maio, pode ter causado um prejuízo estimado em até R$ 320 mil.
Batizada de ‘Malis Doctor’, a ação policial aconteceu em Porto Alegre (RS) e investiga outras 13 pessoas, nove delas advogados, na chamada ‘advocacia predatória’.
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