
O despacho do juiz Sérgio Moro que foi divulgado nesta quinta-feira (17), no qual ele comenta o fim da autorização de interceptação telefônica, traz uma comparação da situação atual da presidente Dilma Rousseff (PT) com o ex-presidente dos EUA, Richard Nixon, que renunciou após desdobramentos do caso conhecido como Watergate.
Moro afirma que a gravação na qual Dilma e o ex-presidente Lula (PT) combinam a entrega do termo de posse, foi feita após a decisão de suspensão das interceptações, mas que as operadoras não haviam sido notificadas.
Para Moro, “a circunstância do diálogo ter por interlocutor autoridade com foro privilegiado
(Dilma) não altera o quadro, pois o interceptado (Lula) era o investigado e não a autoridade, sendo a comunicação interceptada fortuitamente”, defende.
Chama a atenção a comparação que ele faz entre o grampo de Dilma e o ex-presidente norteamericano, Richard Nixon. “Nem mesmo o supremo mandatário da República tem um privilégio absoluto no resguardo de suas comunicações, aqui colhidas apenas fortuitamente, podendo ser citado o conhecido precedente da Suprema Corte norteamericana em US v. Nixon, 1974, ainda um exemplo a ser seguido”, pontua.
No caso citado pelo juiz, a Suprema Corte dos Estado definiu que Nixon, acusado de grampear reuniões de políticos democratas durante reuniões do partido, lhe fornecesse o conteúdo das interceptações.
Repórteres do periódico norteamericano Washigton Post descobriram que o então presidente dos EUA havia grampeado políticos adversários e divulgaram a história. O caso ficou mundialmente conhecido como Watergate, que culminou com a renúncia de Nixon.
Ainda no documento, o juiz afirma que a continuidade das investigações passa a ser de responsabilidade do STF (Supremo Tribunal Federal), uma vez que Lula ganharia foro privilegiado com sua nomeação como ministro da Casa Civil, o que já foi suspenso pela Justiça Federal.
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