O PMDB perdeu força em Mato Grosso do Sul com as sucessivas derrotas nas últimas eleições, mas o fantasma de sua maior liderança, o ex-governador André Puccinelli, ainda assombra o atual chefe do Executivo estadual, Reinaldo Azambuja (PSDB).

Com a vitória nas urnas, os tucanos garantiram o poder por pelo menos quatro anos, mas Puccinelli promete voltar com tudo para retomar o comando em 2018.

O peemedebista afirma ter se aposentado no dia 1º de janeiro, quando entregou o mandato para Azambuja, e que se dedicará aos netos. Por outro lado, o cacique do PMDB também deixou escapar que, assim que voltar da cidade de Bertioga (SP), onde passa férias, abrirá um escritório. Oficialmente, o lugar seria sede do instituto que vai ofertar bolsas de estudo para jovens de escolas públicas, idealizado pelo ex-governador. Mas, nos bastidores, sabe-se que o escritório de Puccinelli será o quartel-general de articulações políticas do PMDB e de seus aliados.

Internamente, os peemedebistas apostam no fracasso dos quatro anos de governo de Azambuja, e contam com o que chamam de “inexperiência” do tucano. Ele passou os últimos anos em cargos no Legislativo, como deputado federal, e, antes, estadual. Quando passou pelo Executivo, foi para administrar a pequena cidade de Maracaju, que tem cerca de 45 mil habitantes. Antes de entregar o cargo, Puccinelli fez declarações proféticas, ao afirmar que, caso Azambuja colocasse em prática medidas anunciadas, como a redução do ICMS, não conseguiria manter as contas do Estado em ordem. Se estas apostas se consolidarem, o retorno de Puccinelli, que teria a missão de “colocar a casa em ordem”, seria triunfal, acreditam os peemedebistas.