Com a pulverização de candidaturas para o comando da Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto já trabalha com o cenário de segundo turno para a sucessão do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo.

No núcleo do governo, a avaliação é que a eleição é hoje uma incógnita. Por isso, a ordem é não repetir o movimento da presidente afastada Dilma Rousseff, que ganhou um inimigo ao trabalhar contra a candidatura de Cunha na disputa de 2015.

“O governo vai ficar longe dessa disputa. Se o governo entrar, não tem forma de ganhar. Haverá sequelas. O importante é a base estar unida”, disse ao Blog o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. “Sendo um aliado, não interessa quem vai ganhar”, completou.

Com a multiplicação de candidaturas, o líder do PSD, deputado Rogério Rosso, que era cotado para unir o chamado “centrão”, avisou que está fora da disputa. “Não sou candidato por entender que precisamos de estabilidade e consenso na Casa. Com a quantidade de candidatos, prefiro trabalhar para o consenso”, disse Rosso.

Já o grupo originário da antiga oposição busca uma candidatura única. Os dois nomes mais fortes são os dos deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Heráclito Fortes (PSB-PI). Esse grupo é formado pelo PSDB, DEM, PPS e PSB, e tenta atrair o apoio de outros partidos de esquerda como PDT e PC do B. “Não vou disputar com o Heráclito. Estamos afinados”, avisa Rodrigo Maia.