O surto global da doença que começou em 2020 levou à morte de milhões de aves domésticas e se espalhou para a vida selvagem.

Alta mortalidade de mamíferos marinhos acende alerta sobre gripe aviária
Casos de gripe aviária tem aumentado no Brasil. / Foto: Arquivo

A gripe aviária já provocou a morte de milhares de focas e leões-marinhos em diferentes partes do mundo, causando perturbações nos ecossistemas onde esses animais são predadores perto do topo da cadeia alimentar. As mortes desses mamíferos acendem o alerta para possíveis mutações do vírus, que podem afetar outras espécies, incluindo humanos.

Além disso, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal, "a perda de vida selvagem na escala atual apresenta um risco sem precedentes de colapso da população de vida selvagem, criando uma crise ecológica".

O surto global da doença que começou em 2020 levou à morte de milhões de aves domésticas e se espalhou para a vida selvagem.

O vírus foi detectado em focas nas costas leste e oeste dos Estados Unidos, onde mais de 300 morreram.

A situação é ainda mais grave na América do Sul, onde mais de 20 mil leões-marinhos morreram no Chile e no Peru, além de elefantes-marinhos na Argentina.

Na região, as focas nunca tinham tido contato com a doença, assim como na Antártida, onde foi detectada pela primeira vez em fevereiro.

Muitas espécies afetadas têm populações relativamente estáveis, mas cientistas se preocupam com a possibilidade de o vírus se espalhar para animais mais ameaçados. Fonte: Associated Press.

Em Mato Grosso do Sul, último caso foi registrado em 2023

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, o Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) e o Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) trabalharam em outubro de 2023, no controle o caso confirmado e isolado de gripe aviária registrado em uma propriedade rural no município de Bonito, em Mato Grosso do Sul.

“A Iagro, juntamente com o Mapa, tomou todas as medidas sanitárias de uma maneira ágil, conseguindo fazer o devido controle e encerramento desse foco praticamente em dois, três dias. Mesmo assim, o Japão, como já tinha feito em Santa Catarina, suspendeu as importações de carne de frango de Mato Grosso do Sul. Mas hoje, após o encerramento do caso e a devida comunicação das autoridades sanitárias mundiais e também do governo japonês, nós tivemos a informação oficial de que houve a suspensão do embargo e as empresas podem abater e retomar a exportação para o mercado japonês”, lembrou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
Até agosto de 2023, o mercado japonês representou 19% do total das exportações de carne de frango produzidas em Mato Grosso do Sul. “É o segundo maior mercado depois da China, então caso [o embargo] tivesse continuidade, poderia haver impacto na avicultura do nosso Estado. Mas isso não chegou a ocorrer, porque durante esse período, essa produção sul-mato-grossense foi realocada para outros mercados”, comentou o titular da Semadesc.

“Essa situação mostra que a gripe aviária está presente hoje na economia brasileira. São mais de 103 casos, nenhum deles em rebanho comercial, isso é importante destacar. Até o momento, existe uma eficiência das autoridades sanitárias brasileiras de debelar esses casos de uma maneira muito rápida e de uma maneira muito transparente”, finalizou o secretário.