Segundo familiares de Carolina, defesa do universitário que dirigia a 115 km/h na Afonso Pena tenta culpar a vítima.

Advogada morta por camionete de estudante de medicina estava com CNH vencida, mas não tinha multas

A defesa do estudante de medicina João Pedro de Miranda, réu por causa do acidente que resultou na morte da advogada Carolina Albuquerque na avenida Afonso Pena continua reunindo dados para, segundo familiares dela, ‘culpar a vítima’.

Carolina morreu em 2 de novembro de 2017, depois que o carro dela foi atingido pela camionete de João Pedro, a 115 km/h, segundo a perícia, em trecho com velocidade máxima de 50 km/h. Ela estava a 30 km/h.

Mesmo assim, a defesa do acadêmico de medicina solicitou ofício do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), e constatou que a advogada morta após ser atingida pela camionete em alta velocidade estava com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) vencida na data em que morreu.

Segundo o ofício enviado do órgão a Justiça, Carolina estava com a CNH vencida desde 11/11/2014, sendo que a primeira habilitação foi concedida à vítima foi em 12/11/2013, na categoria ‘B’.

O Detran-MS ainda ressaltou que Carolina não tinha nenhuma multa cadastrada, nem pontos na carteira por infrações cometidas.

A defesa do estudante ainda pediu para que fosse feito análise do sangue da advogada para se saber se estaria embriagada no dia do acidente, já que antes da colisão Carolina teria ido a um bar, e na sua comanda de pagamento estava relacionado um chopp, um suco e um lanche infantil. A advogada estava acompanhada de seu filho, de 4 anos, quando o acidente aconteceu. Sobre a análise do sangue foi informado a defesa, que não havia possibilidade de exames periciais.

Em janeiro deste ano, o MPPMS (Ministério Público do Estado) denunciou o estudante de medicina, João Pedro de Miranda por homicídio culposo na direção de veículo automotor, depois de 14 meses do acidente.

O MP afirmou que João Pedro “inobservando o dever objetivo de cuidado no trânsito, praticou homicídio culposo na direção de veículo automotor, tendo como vítima fatal Carolina Albuquerque”.  O estudante de medicina ainda foi indiciado por lesão corporal culposa, já que o filho da advogada ficou ferido no acidente. Uma indenização ao menino foi pedida pelo Ministério Público, na denúncia.

Segundo o depoimento de uma das amigas de Carolina, a advogada estava em seu apartamento pouco antes da meia noite, quando o celular da vítima ficou sem bateria e ela teria usado o da amiga para avisar os pais onde estava e que já iria embora. O que contesta a versão dada pela defesa de João Pedro, que sugeriu que a advogada estaria ao celular quando aconteceu a colisão.

Na época, a defesa de João Pedro ainda teria afirmado que a advogada teria causado a própria morte ao ‘furar’ o sinal vermelho. O carro em que ela estava tinha a velocidade de 30 Km/h, enquanto a camionete do estudante estava a 115 Km/h.

Em novembro de 2018, foi acatado pela Justiça e rebatido pelo MP, a suspensão das medidas cautelares impostas a João Pedro como, a devolução de sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação), retirada da tornozeleira eletrônica e a suspensão de se recolher no período noturno.

A primeira audiência do caso foi marcada para julho deste ano, sendo que no dia 12 agosto outra audiência deve ouvir as testemunhas de defesa. Por fim, no dia 13 agosto, o estudante de medicina João Pedro deve ser ouvido.