Cardeal Pell ocupa terceiro posto de maior escalão da Igreja Católica

Acusado de pedofilia, cardeal do Vaticano vai à tribunal na Austrália

Após receber licença do papa Francisco para se apresentar à Justiça da Austrália, o chefe de Finanças do Vaticano, cardeal George Pell, acusado de abuso sexual, se declarou inocente das acusações em uma audiência realizada em Melbourne.

A audiência ocorreu nesta quarta-feira (26), no horário local australiano. No tribunal, o advogado do alto cardeal do Vaticano, Robert Richart, disse que seu cliente nega todas as acusações.

A agência de notícias AFP afirmou que Pell aparentava aspecto "sombrio e debilitado" no tribunal. O conteúdo das acusações contra Pell são mantidas em sigilo para "preservar a integridade do processo judicial", segundo a Justiça australiana.

Além de ser chefe de Finanças no Vaticano, o cardeal Pell foi arcebispo de Melbourne, na Austrália, entre os anos de 1996 e 2001, e também de Sidney, em 2014, quando foi chamado pelo papa Francisco para administrar as contas da Igreja Católica.

O Vaticano tem reafirmado seu apoio ao cardeal, destacando o respeito do papa Francisco por sua "honestidade" e sua "enérgica dedicação" às finanças da Santa Sé.

O cardeal Pell foi indiciado após o fim de uma longa investigação iniciada pela polícia australiana em 2012, que apurava relatos de abusos sexuais contra menores em igrejas, orfanatos, clubes esportivos, grupos de jovens e escolas.

Entre 1950 e 2010, a polícia australiana descobriu relatos de mais de 4 mil casos de abusos, envolvendo até 15% de todos os padres católicos do país.