Joe Magnun Arce de Souza resolveu ir tirar satisfação e deu os tiros em Tierre que correu para o meio da rua.

Acusado de matar dono de lava jato disse que era humilhado e chamado de ‘mendigo’
Joe estava foragido desde o dia do crime, 27 de maio. / Foto: Reprodução / Redes Sociais

Em depoimento após ser preso nessa terça-feira (28), em Campo Grande, por assassinar a tiros, Luiz Conceição Tierre, de 36 anos, em frente ao seu lava jato, na Avenida das Bandeiras, Joe Magnun Arce de Souza revelou que era ameaçado pela vítima.

Joe contou que o dono do lava jato fazia videochamadas para ele atirando em uma árvore e dizendo que essa arma seria para ‘estourar a sua cabeça’. Ainda em depoimento para o delegado Rodolfo Daltro, da 5ª Delegacia de Polícia Civil, Joe contou que era humilhado por Tierre, que o chamava de ‘mendigo’. 

Ele disse que não sabe os motivos pelos quais recebia as ameaças de Tierre, acredita que seria porque ligava para a ex-mulher pedindo ajuda financeira para cuidar da filha que o casal tem em comum. Sobre a arma usada no assassinato, Joe contou que era de um tio e que no dia do assassinato tinha saído para vender o revólver, já que estava precisando de dinheiro.

Mas, no meio do caminho resolveu passar no lava jato para falar com a ex-mulher no intuito de conversar sobre a filha do casal. Ele viu Tierre na frente do estabelecimento ao telefone e dando risadas. Joe, então, achou que a vítima estava rindo dele das ameaças feitas anteriormente.

Joe resolveu ir tirar satisfação e deu os tiros em Tierre que correu para o meio da rua. Ele disse que não havia visto que tinha acertado o eletricista, já que seu alvo era Tierre. 

Possível latrocínio
De acordo com Daltro, seguem as investigações para identificar se houve um latrocínio — roubo seguido de morte. Isso porque Tierre guardava na loja R$ 60 mil da venda de um imóvel em outro estado. O dinheiro sumiu após o assassinato.

Além disso, naquela noite a funcionária teria dormido junto com a vítima no lava jato, enquanto o ex-marido Joe dormiu na casa dela, com o filho da suspeita, de 15 anos. A residência fica a três quarteirões do lava jato e é apurado se a mulher foi quem passou a Joe as informações sobre horário em que Tierre estaria no local.

O celular dela foi apreendido e será periciado. Joe já tinha sido identificado e chegou a ser ouvido na delegacia, quando confessou o crime, mas negou que tenha sido premeditado. A polícia já trabalha com a hipótese de crime premeditado e, ainda segundo o delegado, Joe é uma pessoa de altíssima periculosidade e dissimulada.

Ele já acumula passagens por roubo e também tentativa de homicídio, a facadas, contra outro convivente da ex-mulher.

Duplo homicídio
As imagens das câmeras de segurança revelaram o momento em que o atirador chega pela rua lateral e faz os disparos contra Luiz, que está no lava jato. A vítima corre para o meio da rua e é perseguida pelo criminoso, que atira outras vezes. Luiz foi executado na frente de pelo menos três funcionários.

O eletricista Adriano Medeiros Pereira, de 33 anos, que passava pelo local a caminho de seu trabalho, acabou atingido por um tiro embaixo da axila. Ele perdeu o controle da motocicleta que pilotava, derrapou e caiu, morrendo no local.