Aumento previsto era de 16%, por conta do IGMP.

Acima do previsto, conta de luz vai aumentar 18,16% em Mato Grosso do Sul
Aumento previsto era de 16%, por conta do IGMP. / Foto: Natalia Alcântara/Midiamax

A aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) homologou por unanimidade na manhã desta terça-feira (12) o aumento de 18,16% na conta de energia em Mato Grosso do Sul. O aumento vai vigorar a partir de 16 de abril.

Durante a reunião ordinária nesta terça foram apresentados pelo diretor-relator do processo de reajuste, Sandoval de Araújo Feitosa, os componentes do cálculo, que levaram ao número de 18,16%. O principal é o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), que teve inflação acumulada de 14,77%, abaixo ainda do aumento em Mato Grosso do Sul.

“O cenário é desolador para o consumidor em Mato Grosso do Sul”, disse a presidente do Concen-MS (Conselho de Consumidores das Áreas de Concessão da Energisa em Mato Grosso do Sul), Rosimeire Costa.

Para o consimdor de alta tensão, como indústrias, o aumento é ainda maior, de 18,81, como mostra o voto do relator.

Famílias em vulnerabilidade social
Para Rosimeire, quem mais vai sentir esse reajuste na conta de luz são as pessoas em vulnerabilidade social, já que elas, atualmente não pagam o índice de R$ 14,20. Esse valor é absorvido pelas demais classes.

Ou seja, as unidades consumidoras que subsidiavam esse valor da conta de luz para os vulneráveis, vão somente passar a pagar pela alta anual. Entretanto, quem está em vulnerabilidade social não vai ter como se esquivar do reajuste de dois dígitos, sem nenhum subsídio.

Índice de dois dígitos e lucro de R$ 3,1 bilhões
Se for confirmado o aumento de 16% na conta de luz, o acumulado dos últimos cinco anos chegará a 54%. Ao mesmo tempo, os reajustes no salário mínimo somam apenas 26% — menos da metade. Os números da Energisa mostram que a empresa goza de boa saúde financeira.

Só ano passado, o lucro líquido total foi de R$ 3,1 bilhões. No último trimestre do ano passado, o lucro líquido foi de R$ 582,6 milhões — um acréscimo de 203,4%, comprovando que a energia é um bom negócio.

No começo do ano passado, em plena pandemia, a Energisa lucrou R$ 873,3 milhões só no primeiro trimestre — um crescimento de 50,1%. Já no segundo trimestre, esse mesmo lucro foi de R$ 749 milhões e no terceiro trimestre aumentou para R$ 863,9 milhões. As despesas operacionais da empresa estão cada vez menores, assim como a dívida líquida, enquanto a conta de luz aumenta.