
O ano do Cruzeiro começou com Deivid no cargo de treinador. O trabalho dele não agradou, e Paulo Bento o substituiu logo no começo do Campeonato Brasileiro. A passagem do português foi pior ainda, e Mano Menezes assumiu o cargo. Entretanto, com nenhum deles, o time celeste conseguiu ter a soberania e ser temido como mandante na temporada até o momento.
O desempenho em casa tem sido o fiel da balança da Raposa no Brasileiro. Foram 13 partidas com apenas três vitórias, cinco derrotas e cinco empates. O aproveitamento como mandante de apenas 35%, até agora na competição, prejudica a Raposa na luta para se afastar da zona de rebaixamento. Entretanto, o problema de atuar em casa vem se arrastando desde o Campeonato Mineiro e a Primeira Liga. O GloboEsporte.com ouviu Henrique Fernandes, comentarista do Sportv, para detalhar cada falha enfrentada pelo Cruzeiro, na temporada, atuando como mandante.
Era deivid
Com Deivid, o Cruzeiro iniciou a temporada. Sob o comando do jovem treinador, a equipe teve o melhor desempenho, mas encontrou também os adversários mais fracos, pois ele dirigiu o time no Campeonato Mineiro, além da fase de classificação da Primeira Liga. Foram nove jogos (cinco vitórias, três empates e uma derrota), com um aproveitamento de 66% aproximadamente. Porém, pesaram os tropeços diante da URT e América-MG, na primeira fase do Estadual, e a eliminação nas semifinais.
Em casa, Deivid não ganhou de equipes da Série A. Além de empatar com o Coelho, duas vezes,e perder para o Fluminense, o Cruzeiro superou o Atlético-PR, na Primeira Liga, em jogo que Deivid assistiu das arquibancadas. O auxiliar Pedrinho substituiu o treinador, que estava suspenso.
Para Henrique Fernandes, o grande problema da equipe eram as constantes modificações e a desorganização quando tinha a posse de bola.
- No caso do Deivid, as grandes dificuldades eram do desentrosamento das peças. O ex-treinador fez uma reformulação muito radical na equipe logo no início do ano, e o time sofria com o desentrosamento, principalmente nos jogos em casa, contra adversários que se fechavam e dificultavam a armação do jogo por parte dos meias e atacantes celestes. Com a falta de qualidade técnica dos jogadores dos clubes do interior, o Cruzeiro sofreu menos com o contra-ataque. Apesar disso, em alguns jogos, o Cruzeiro teve dificuldades, como na vitória apertada contra o Villa Nova (3 a 2) e principalmente na derrota para o Fluminense, um time mais organizado - exemplificou o comentarista.
Comando português
O primeiro jogo de Paulo Bento, em casa, foi contra o Figueirense: empate por 2 a 2, ainda na segunda rodada do campeonato nacional. Com ele, foram nove jogos como mandante, sendo oito pelo Brasileiro e um pela Copa do Brasil. O aproveitamento é o pior entre todos os treinadores: 33%, com apenas duas vitórias (sendo uma pela Copa do Brasil), quatro derrotas e três empates. Henrique Fernandes chamou a atenção para os problemas de posicionamento com o técnico português.
- Com Bento, o Cruzeiro passou a jogar de forma bem mais ofensiva como mandante, mas o time sofria com os problemas de posicionamento da linha defensiva mais avançada e da falta de compactação defensiva, de forma geral. Sem a bola, o time demorava a se fechar. Tempo o bastante para os contra-ataques do adversário serem efetivos. O Cruzeiro atacava com muita gente, acumulava chances perdidas e sofria o gol no contra-ataque em velocidade. Isso ficou muito evidente nas derrotas para São Paulo, Atlético-PR e Sport, principalmente.
A volta de mano
Com o fracasso do trabalho de Paulo Bento, o Cruzeiro recorreu a Mano Menezes, que teve um ótimo trabalho na Toca da Raposa em 2015. Entretanto, os problemas continuam com o atual treinador celeste. Com ele, foram cinco jogos, sendo dois no Independência, com duas vitórias, dois empates e uma derrota, com 53% de aproveitamento. O time tem encontrado dificuldades em atuar, principalmente, quando encontra equipes fechadas.
- O Cruzeiro de Mano Menezes parece ser um time mais estável, jogando como mandante. Foi essa a tônica em 2015, na reação após a chegada do treinador. Não perdeu nenhum jogo no Mineirão em toda a campanha. A estratégia é simples: paciência e saída organizada com a bola no início do jogo até o primeiro gol. Depois disso, organização defensiva e saída mais rápida para marcar no contra-ataque. Quando o time abre o marcador ou fica à frente rapidamente, costuma dar certo. O problema é quando o adversário surpreende e faz primeiro, ou consegue uma virada como foi contra o Coritiba. O time não tem conseguido se abrir, se expor, sem correr riscos excessivos.
Mano poderá melhorar o rendimento da equipe celeste, em casa, na próxima quarta-feira. Após vencer a primeira partida por 5 a 2 contra o Botafogo, nas oitavas de final da Copa do Brasil. O jogo vale vaga na próxima fase da competição. O time celeste só será eliminado se for batido por mais de três gols de diferença no Mineirão, às 21h50 (de Brasília).
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