À la Ali: cotado para acender pira, Pelé deve usar bengala na festa de abertura
Pelé durante Tour da Tocha: Rei deve usar bengala na festa de abertura da Olimpíada do Rio de Janeiro / Foto: Reprodução

Maior nome da história do esporte brasileiro e uma das personalidades mais conhecidas do mundo, Pelé é o favorito para acender a chama olímpica e abrir oficialmente a festa das nações no esporte. Mas um dois motivos que põem Pelé em dúvida é físico. O Atleta do Século, que fez duas cirurgias nos últimos anos, está usando bengala e ainda não consegue se locomover com facilidade sem o acessório - por ordem médica, precisa usar o acessório por tempo indeterminado.

Familiares e amigos tentam levantar o astral do Rei e lembram do exemplo de Muhamad Ali. Falecido recentemente, o boxeador emocionou o mundo com o esforço para acender a chama da olimpíada de Atlanta em 1996. Com Mal de Parkinson em estágio avançado, outro ícone do esporte e um dos maiores lutadores de todos os tempos passou toda a força e dedicação naquele momento para todos os olhos do planeta se comoverem.

Pelé, que está com 75 anos e se casou há um mês com Marcia Cibele Aoki, fez cirurgia no quadril em 2012 e operou novamente a região este ano, em Nova York. Sem fazer sessões de fisioterapia com a frequência exigida, as dores na bacia o incomodam demais e os médicos que o atendem o avisaram há poucos dias que ele vai precisar usar bengala por tempo indeterminado. Assessor pessoal de Pelé não confirmou a presença do Rei na festa de abertura.

- Está todo mundo nessa expectativa, mas não tem nada definido - disse José Forno Rodrigues, o Pepito.

Pessoas próximas cogitam que ele faça esforço para não usar bengala, ainda mais se o trajeto for curto. Questionado se Pelé participaria da cerimônia de abertura de bengala, Pepito disse:

- Tudo que ele (Pelé) está fazendo é de bengala. Está demorando um pouco para se recuperar, mas está tudo bem, tudo beleza - afirmou.

Durante o Tour da Tocha pela Baixada Santista, em julho, Pelé marcou presença, mas não chegou a conduzir o símbolo olímpico. Apareceu apenas na sacada do museu que guarda seu acervo pessoal, em Santos, acenou para o público e, emocionado, agradeceu a oportunidade de fazer parte dos Jogos de alguma maneira.

Nesta terça-feira, o Rei vem para a inauguração de academia que leva seu nome no Rio de Janeiro. Ele vai e volta para Santos no mesmo dia, num pequeno avião alugado pelos empreendedores que vão construir o centro de treinamento em Resende. Pelé retorna ao Rio na sexta-feira para a festa de abertura. A expectativa, apesar de todo suspense, é de vê-lo acendendo a pira olímpica no Maracanã, palco de títulos mundiais do Santos e do milésimo gol na carreira, em 1969.