5 fatos sobre a lista da Lava Jato que talvez você não tenha notado
Collor (dir.), com Romero Jucá, ambos citados na lista de Janot.

Esperada com ansiedade pelos brasileiros e, principalmente, em Brasília, a lista de políticos que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, não trouxe grandes surpresas. Quando os nomes foram divulgados oficialmente, na última sexta-feira (6), muitos veículos de imprensa já tinham adiantado vários deles. Com a confirmação das especulações, o assunto logo tomou conta dos noticiários e, desde então, tem monopolizado as discussões em todos os cantos do país.

Entre os citados nessa primeira lista (mais nomes ainda devem aparecer nas delações de outros investigados), que o procurador recomendou que fossem investigados, estão caciques do PP, PMDB e PT, entre os quais os atuais presidentes da Câmara e do Senado e ex-ministros do governo Dilma. Há, porém, alguns fatos nesse caso que podem acabar passando despercebidos, mas são interessantes para compreender o emaranhado da corrupção no Brasil. Elencamos abaixo alguns deles. Confira:

Condenado no mensalão será investigado

Entre os políticos citados na lista de Janot, pelo menos um teve envolvimento no mensalão e foi condenado: Pedro Corrêa, do PP (preso em Pernambuco).
Mais uma vez, um ex-chefe da Casa Civil

Assim como no caso do mensalão, a Lava Jato tem entre os investigados um ex-chefe da Casa Civil de um governo do PT. No primeiro, José Dirceu, que exerceu o cargo na gestão de Lula, foi condenado e cumpre pena. Agora, a investigação será sobre Gleisi Hoffmann (PT), que comandou a pasta no mandato de Dilma Rousseff.

Mais uma vez, um tesoureiro do PT

No mensalão, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, foi um dos condenados. Agora, na Lava Jato, o atual secretário de finanças do partido, João Vaccari Neto, também será investigado.

Líder dos Caras Pintadas é investigado junto de Collor

O ex-presidente Fernando Collor de Mello (hoje senador pelo PTB), derrubado da presidência em 1992, dois anos depois de assumir o poder, devido a denúncias de corrupção, vai ser investigado no caso da Lava Jato. Mas o mais curioso é que o líder do movimento que levou vários jovens às ruas na época e foi decisivo para conseguir o impeachment do alagoano também está na lista de Janot: Lindberg Farias (PT), ex-presidente da UNE e, atualmente, senador.
Se condenado, Collor pode ser o primeiro político brasileiro a ser cassado duas vezes

Deposto da presidência em 1992, Collor pode ser cassado novamente, caso seja condenado no caso da Lava Jato.