Vizinha arrecada materiais para moradores vindos da Cidade de Deus

Ao presenciar a situação das famílias que receberam um kit barraco para construírem suas casas, uma das moradoras do bairro Vespasiano Martins, vizinha da área para onde estão sendo removidas algumas famílias da Cidade de Deus, decidiu nesta terça-feira (8), organizar uma campanha de arrecadação de materiais de construção para os novos vizinhos.

O maior problema encontrado pelos moradores, segundo eles, é a falta de materiais para construção de suas casas. Nesta terça prosseguiu o trabalho de desocupações das famílias da favela Cidade de Deus, na região do Dom Antônio Barbosa, para o terreno no bairro Vespasiano Martins, iniciado um dia antes.

A alternativa encontrada pela moradora há 15 anos do bairro Vespasiano Martins, Joselina Chimedes, 30, foi o pedido de doação. Ela afirma que mesmo não tendo condições financeiras para ajudar, o que importa é se solidarizar com os novos moradores.

"Muitos estão sem material, só tem o kit barraco, que não ajuda em nada. Quem tiver material de construção novo ou usado e quiser doar, pode deixar na sede do Clube de Mães do bairro Vespasiano ou então levar diretamente para eles na nova moradia. Até porque eles não podem ficar por tempo indeterminado morando embaixo de lonas", conta.

De acordo com a Prefeitura de Campo Grande, o município disponibilizou um crédito para compra de materiais de contrução através de um financiamento no Banco Canindé.

Porém, esse crédito com valor ainda não informado pela prefeitura só poderá ser solicitado após a completa estruturação das famílias no local, já que para realizar esse financiamento o morador precisa de um comprovante de residência, que até o momento ainda não foi emitido.

Segundo a ex-moradora da favela Cidade de Deus, Aparecida da Conceição Guimarães, 40, apesar de se sentir segura pela nova moradia, ficou decepcionada com a qualidade da lona que recebeu. "Aqui pelo menos eu posso dormir tranquila sem ficar com medo de ser despejada do dia pra noite. Mas a lona que recebi agora há pouco já rasgou. E agora se chover?", questiona a moradora.