Venda de aviões era para sonegar impostos, diz PF
Um dos aviões que pertenciam ao grupo investigado e estavam sendo vendidos para lavar dinheiro. / Foto: Divulgação

Para despistar a polícia de patrimônios durante a operação Lama Asfáltica, em Mato Grosso do Sul, políticos e empresários envolvidos no escândalo se desfizeram de bens, que segundo a Polícia Federal, podem ter sido adquiridos com dinheiro de corrupção.

Foi o que aconteceu com a venda de aviões apreendidos na manhã desta quinta-feira (07) em Campo Grande. Pelo menos duas aeronaves foram vendidos e estima-se sonegação de impostos de pelo menos R$ 20 milhões.

Os detalhes foram fornecidos em coletiva à imprensa na tarde de hoje pela Polícia Federal, Receita Federal e Controladoria Geral da União. Um avião, avaliado em R$ 350 mil – e não R$ 2 milhões, como informado inicialmente – foi apreendido no Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande, e outro, este sim no valor milionário citado, está no Mato Grosso na mira dos federais.

As aeronaves foram negociados por Edson Giroto, o cunhado dele, Flávio Schocchio, e o empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos. Os dois primeiros estão novamente presos – já o foram em outras ocasiões, por conta da própria Lama Asfáltica –, enquanto o terceiro é considerado foragido.

Segundo o delegado Cleo Mazotti, da PF, as ações desta quinta-feira (7) foram necessárias justamente para evitar que a lavagem de dinheiro continuasse.

Além disso, investigados ou pessoas ligadas a eles vinham operando altos valores e fazendo pagamentos suspeitos em espécie. Um imóvel foi comprado por R$ 700 mil desta forma. Pagamentos de obras de reforma também foram citadas pela equipe de investigação como, possivelmente, mais uma forma de pulverizar o patrimônio.