Um Héber, duas medidas: árbitro troca critério para situações semelhantes
Héber conversa com Pizzi na decisão da Copa América / Foto: EFE

Um mesmo árbitro, mas reações e critérios distintos no espaço de apenas uma semana. Dono do apito na final da Copa América no dia 26 de junho nos Estados Unidos, Héber Roberto Lopes voltou à realidade do futebol nacional no duelo entre Corinthians e Flamengo no último domingo e mostrou uma rápida mudança de postura dentro de campo. Bastante rigoroso e distribuidor de cartões na decisão entre Chile e Argentina, deixou passar o lance mais violento do encontro entre paulistas e cariocas válido pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.

 

Aos 40 minutos do primeiro tempo na Arena Corinthians, Fagner entrou com força excessiva em dividida com Ederson, e Héber sequer marcou falta. Por bem menos, Rojo recebeu cartão vermelho direto na final da competição continental. Os replays mostram uma chegada muito mais firme do corintiano, que acabou impune. O rubro-negro reclamou depois da partida.

- Foi uma entrada criminosa. E o juiz nem falta marcou - disse Ederson.

Outra atitude diferente do árbitro paranaense: no lance em São Paulo, expulsou o técnico do Flamengo, Zé Ricardo, após gestos de reclamação. Nos EUA, a paciência com Tata Martino e Juan Antonio Pizzi esteve bem maior - a foto ao lado exemplifica em um momento de argumentação com o treinador do Chile. Vale lembrar que é uma orientação da CBF, que instituiu desde o ano passado a "cruzada pelo respeito", a punição mais rigorosa para quem extrapola com gestos, xingamentos ou agressões na hora de fazer ponderações diante dos árbitros.

No clássico brasileiro foram cinco cartões amarelos distribuídos, com um rigor bem menor em relação ao encontro entre argentinos e chilenos - em Nova Jersey, foram sete amarelos e duas expulsões. Dos últimos dez jogos apitados por Héber Roberto Lopes, Corinthians 4 x 0 Flamengo foi apenas o quarto que terminou sem expulsões.

Arnaldo muda de opinião

O comentarista de arbitragem da TV Globo Arnaldo César Coelho trabalhou no jogo da Arena Corinthians e, na primeira opinião, disse não ter visto irregularidade na jogada protagonizada por Fagner. Um dia depois, em participação no programa "Bem, Amigos!", do SporTV, voltou atrás, pediu desculpas e analisou o lance novamente.

- Errei pelo clima do jogo, que estava com poucas faltas e não teve nenhuma polêmica de arbitragem. O pé esquerdo do Fagner toca primeiro na bola, mas ele trança as pernas do Ederson no lance. Atitude temerária. Falta e lance para cartão amarelo - resumiu.