
A rivalidade entre Brasil e Argentina é sempre muito grande, e isso pôde ser visto diversas vezes na Olimpíada do Rio, algumas vezes até exageradamente. Mas, praticamente sem chance de ir às quartas de final, a seleção brasileira de rugby masculino vai enfrentar os arquirrivais nesta quarta-feira, às 13h, tendo que confiar bastante em um hermano. Ex-jogador e treinador dos Pumas sevens, como a equipe argentina da modalidade é conhecida, o argentino Andrés Romagnoli é técnico do Brasil há pouco mais de dois anos, mas garante que a estranheza de enfrentar os amigos e ex-comandados já ficou no passado.
- Para mim, agora é natural. O primeiro jogo que jogamos contra a Argentina, em 2014, foi um pouco mais difícil, porque eu tinha treinado a Argentina em 2013, então tinha passado pouco tempo, e foi uma sensação estranha. Mas agora já viemos jogando bastante jogos com ele, e então, para mim, é realmente natural. Eu quero que meu time, esses garotos que estão fazendo um esforço muito grande, possam ganhar a maior quantidade de jogos possíveis e que joguem bem, então sempre vou torcer pelo nosso time – disse Andrés, que contou que escuta algumas provocações dos argentinos, mas nada ofensivo.
- Há uma pequena brincadeira, mas tranquilo. A comissão técnica argentina é minha amiga, e muitos jogadores eu também treinei. Mas sempre cordiais e nada fora do comum.
Andrés não mente quando diz que o clima é bom com os agora adversários. Quando se cruzaram entre um jogo e outro nesta segunda, o treinador do Brasil e a comissão técnica da Argentina trocaram algumas palavras. E os jogadores também mostraram carinho pelo ex-comandante.
- Quando estreei foi com ele, fui ao Mundial de sevens com ele. Então tenho muito apreço e muito carinho. É um grande treinador, me ensinou muito, agradeço muito a ele por tudo que me ensinou e por ter me convocado. Agora é um rival, mas é argentino e esse é seu trabalho. A verdade é que é lindo jogar contra amigos – afirmou Matías “Tute” Moroni.
Mas se o treinador chegou a estranhar enfrentar os compatriotas em algum momento, ser um argentino comandando brasileiros nunca foi um problema para ele.
- Realmente é muito simples, desde que cheguei aqui no Brasil. Eles têm o mesmo espírito que temos nós lá na Argentina em relação à vontade de jogar rugby, em relação ao grupo. Então, os jogadores aqui no Brasil têm o mesmo espírito, então é realmente simples, as tradições são parecidas, então para mim foi agradável e simples estar trabalhando aqui no Brasil.