A reunião acabou e os servidores estaduais não aceitaram o abono de R$ 200 oferecido pelo Governo do Estado nesta quinta-feira (31). Para eles, a justificativa utilizada com base no Projeto de Lei Complementar (PLC) 257/2016, de renegociação das dívidas dos estados e municípios, é contraditória. Eles pontuam que os servidores de maior salário receberiam apenas 1,5% de abono e o reajuste seria zero.
O vice-presidente da SINTSS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social no MS), Ricardo Bueno, ressaltou que a PLC 257 serve para conceder desconto em dívidas do Estado e segundo a Constituição Federal o reajuste deve acontecer conforme a inflação.
"É contraditório usar a PLC para negociar abono salarial, até poque a PLC proíbe concurso e investimento, ela é justamente para o governo renegociar dívidas", disse Ricardo Bueno.
A oferta foi feita nesta manhã pelo governo durante reunião com representantes do Fórum de Servidores. Com esse valor, o ganho efetivo ficaria entre 4,4% e 20%, neste último caso para os funcionários com menor salário.
Com esse valor de R$ 200,00, segundo documento distribuído entre os sindicalistas, seriam beneficiados 39.587 ativos e inativos, com exceção de professores, convocados e cargos comissionados.
Sobre os salários, o 'reajuste' ficaria entre 10% e 20% para 30,6% dos servidores beneficiados, num total de 11.899 pessoas, conforme o cálculo apresentado; entre 6,67% e 9,9% para 13,38%, equivalente a 5.296 servidores; e entre 4,4 e 6,66% para 21,99% do funcionalismo atendido pela proposta, ou seja, 8.706 pessoas.
Amanhã (1º), os servidores que participam do Fórum vão se reunir às 14 horas, em assembleia. "O sentimento depois da reunião hoje foi de frustação. É o segundo ano consecutivo de índice zero de reajuste", disse o sub-tenente Thiago Monaco Marques, da ABSSMS.
Mônaco comentou ainda, que em conversa com vários servidores, nenhum aceitou os R$ 200 de aumento.
Explicou também que, caso a PLC for assinada, os servidores ficarão dois anos sem reajuste, além de não ter concurso ou investimento. Para eles, o abono de R$ 200 é ruim, por não incidir em outros benefícios, como na aposentadoria, além de poder ser retirado pelo governo a qualquer momento.
A PLC ainda pede que a contribuição à Previdência Social passe de 11% para 14%, ou seja, quem receber 4% de aumento terá 3% de desconto, afirmam os sindicalistas.